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Sexta-feira, Abril 26, 2024

“Este projecto terá um grande sucesso e terá sido um êxito se no futuro Guimarães for o local onde há mais investimento”

| Estrutura técnica da CMG, os sectores eleitos, a reacção do tecido industrial e as startups |

A estrutura técnica da Câmara vai ter algum papel neste processo?

O Paulo Pinto tem sido essencial em toda a articulação e da ligação à estrutura, até no processo de lançar concurso público e mesmo nas questões mais simples. A Academia GETdigital é uma marca registada nacional e internacionalmente, todo o trabalho administrativo e burocrático tem sido garantido de forma eficaz.

A oposição não viu com bons olhos o papel secundário do vereador do desenvolvimento económico, Ricardo Costa, neste gabinete, depois do trabalho percursor que fez com o lançamento do I9G?

O vereador Ricardo Costa tem tido um papel importante no relacionamento com as empresas e tem participado em todas as sessões e em várias visitas às empresas.

As áreas a privilegiar neste plano de acção, que critérios de emergência podem ter?

Resultam sobretudo do que se tratou nos workshops que fizemos durante o confinamento, em Março e Abril. Discutimos com as empresas as necessidades com que se confrontam e conjugámo-las com o que são as grandes tendências e necessidades a nível internacional: a fábrica do futuro, a logística inteligente, o comércio electrónico, a dos equipamentos de protecção individual para a saúde, em cujas áreas os sectores têxtil e de calçado podem dar resposta às questões que estão agora a surgir, sabendo da necessidade reconversão que têm de fazer. O projecto do showroom virtual resultou de uma interacção com a empresa de calçado AMF, de Tabuadelo que tem um protótipo já desenvolvido, um projecto motivado pelo seu líder Albano Fernandes.

Alguma circunstância especial, justificou a inclusão da agricultura neste plano?

Guimarães tem feito algumas apostas, enquadradas com o objectivo “2030 – Cidade Verde” e de acções do Laboratório da Paisagem e foi essa vertente que quisemos dar atenção percebendo que é uma agricultura de especialidade que nos deve preocupar e não a agricultura de grandes produções, com lógica de sustentabilidade clara.

Do papel dos parceiros – neste caso empresas – nestes projectos, depende o sucesso destas acções…

Estamos a moldar os projectos, trabalhando com o governo e com o Secretário de Estado da Economia, para uma “call” – aviso – específica para estes projectos no novo quadro comunitário, a partir de Janeiro, o que nos obriga a ter o trabalho para as candidaturas serem apresentadas rapidamente.

© GA!

Há mais parceiros e empresas envolvidas que já tinham em desenvolvimento alguns projectos novos?

Sim, a Têxteis JFA com um projecto sobre “tecidos não tecidos” e mesmo nos dispositivos de protecção individual para a Saúde.

Outro da empresa Sebastião & Martins…no âmbito da logística, como se explica?

Uma das características da chamada indústria 4.0 é que a economia tem de estar ligada e conectada. Alguém numa determinada empresa consegue entrar no sistema dos seus fornecedores e clientes e saber onde é que o produto está, se está a correr bem ou mal. Todo esse tipo de ligação dos sistemas inteligentes por detrás disso e que são a lógica da logística inteligente. Vou figurar um bocadinho mas imaginemos um camião está na rotunda antes da empresa e um funcionário já está a ir à porta para ele entrar, sem precisar de tocar à campainha. A logística inteligente permite a ligação dos sistemas e passa por muitas coisas como a internet das coisas, pelos sistemas estarem sensorizados. Estes projectos serão depois concretizados em situações diversas. Quando temos uma empresa como a Cutipol e a AMTROL- Alfa no projecto de Fábrica do Futuro, certamente que as soluções de concretização e de robotização são soluções do ponto de vista físico diferentes mas os quadros tecnológicos associados e o tipo de pensamento de engenharia que está associado, não são tão diferentes quanto isso.

Prevê que haja novas empresas, que sigam esta tendência de desenvolvimento e não investindo sempre nas mesmas coisas e no mesmo sector industrial? O tecido industrial não precisa de ser rejuvenescido e enriquecido?

O processo tem de ser duplo e em paralelo, de apoiar de uma forma clara e muito estratégica o tecido industrial existente, e aí as unidades que têm uma estratégia empresarial, que têm aposta e uma estratégia comercial e depois procurar tecido industrial novo. Esse é o desafio que Guimarães quer fazer e as principais cidades da Europa com vocação industrial estão a fazer. Guimarães tem duas apostas de muito futuro: trazer para aqui um centro ligado à industria aeroespacial, é uma coisa que as pessoas acham estranha mas com a democratização do espaço aéreo vão ser lançados, milhares de pequenos satélites, alguns até de uma só empresa e isso gerará serviços muito grandes adequados a tratar toda a informação. Guimarães tem já uma empresa nesse domínio, no Avepark, a Stratosphere (ex-Critical Materials), uma startup, já internacionalizada, que vai estar nessa linha dos satélites.

As startups existentes no território de Guimarães são todas ligadas à UMinho? São suficientes? Podiam ser mais?

Podiam ser mais, claramente, porque provavelmente encontraram noutros sítios melhores condições para se desenvolverem. Uma das nossas fortes apostas da agenda do empreendedorismo, é criar uma agenda de fixação dessas empresas aqui. Há alguns projectos interessantes. Mais uma vez é assim: há coisas feitas, há; é interessante o que fazemos, é; podíamos fazer mais, podíamos e devíamos. É isso que vamos fazer…

Corre-se o risco depois de as empresas terem ganho dimensão, abandonaram o seu local de nascimento e sair daqui…

Se ganharam dimensão é bom, acho que se criarmos o metabolismo certo, esse risco não se coloca. Hoje, em empresas tecnológicas, nas áreas dos sistemas de informação, grande parte dos operadores das grandes empresas estão a sair dos grandes centros, do Porto e de Lisboa, porque nesses sítios há uma massa crítica maior mas porque há uma massa crítica maior há uma grande rotatividade de trabalhadores e as empresas não gostam disso. As empresas antes querem estar num sítio mesmo que não tenha o metabolismo de Lisboa mas onde as regras de fixação e de estabilidade do seu pessoal é muito maior. Isso é uma vantagem.

© 2020 Guimarães, agora!

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