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Sexta-feira, Março 29, 2024

“Este projecto terá um grande sucesso e terá sido um êxito se no futuro Guimarães for o local onde há mais investimento”

| O estado digital das empresas, o Hub tecnológico e o Avepark |

O que se sabe do estado digital das nossas empresas?

Sei alguma coisa e correndo o risco de ser uma análise muito grosseira, há exemplos muito interessantes e práticas muito interessantes. Genericamente classificaria o estado de desenvolvimento num nível médio/baixo mas essa é, também, a situação do país, com exemplos muito interessantes.

Tem exemplos que queira referir em Guimarães?

Dei-lhe um exemplo antes, da AMF que usa meios digitais como estratégia de marketing.

Quando se fala de uma empresa digital, o que estamos a querer dizer? Que tem um computador e um email?

Quer dizer que os seus processos estão digitalizados e desmaterializados desde logo onde não há papel. Visitei uma empresa, na Dinamarca, há 10 anos, enquanto estava na sala de espera, tinha um cilindro acrílico, transparente, e qualquer carta que lá entrasse era logo digitalizada e ali era destruída e nós só víamos uns papelinhos no ar, a cair. Uma empresa digital é aquela onde todos os seus serviços estão conectados, integrados e ligados no seu interior mas também com os seus fornecedores ou clientes, no exterior da empresa. Hoje fala-se muito em comércio electrónico e estar nas plataformas electrónicas. Há muitas em Guimarães a aderir e a vender em plataformas electrónicas. Estar numa plataforma electrónica, devido depois à quantidade enorme de pedidos que são feitos não podemos ter lá uma pessoa a dar respostas. Tudo isso tem de ser automatizado. Depois, o passo seguinte, de uma empresa digitalizada é uma empresa que é digital na tomada de decisões, é uma empresa que com essa informação toda tem sistemas inteligentes – de inteligência artificial – que ajudam e preparam dados e que dão às pessoas uma quantidade de dados para decidir. As decisões da empresa são tomadas com dados muito válidos e online, no tempo real e outras são tomadas por decisão de sistemas artificiais de acordo com as estratégias definidas.

Isso aplica-se também a empresas industriais?

Claramente. Uma empresa de nova geração e que faz produtos… é uma empresa que depois tem dispositivos conectados à engenharia da empresa e qualquer coisa que tenha a ver com manutenção também é feita remotamente. Há várias dimensões onde isto pode acontecer e as empresas têm um grande caminho para fazer e Guimarães não é diferente do resto do país.

Como é que Guimarães pode ser um Hub tecnológico?

Guimarães vai ser porque nós vamo-nos candidatar a ser, num concurso europeu que brevemente vai ser aberto para isso.

Em que consiste em concreto?

Assenta num conceito de Hub logístico, onde as coisas e as pessoas se encontram e fazem os seu cruzamentos, aqui vamos ter infra-estruturas de suporte tecnológico muito importantes ao nível da computação, vamos ter estruturas de educação – que já temos – e outras que vamos aumentar tendo competências ao nível das formações mais baixas, mais digitalizadas, vamos ter mais centros de ID do que aqueles que temos e para que aqui se desenvolva mais tecnologia do que a tecnologia que é actualmente desenvolvida, isso é o que precisamos, para ter um Hub tecnológico é preciso pessoas, infra-estruturas e estruturas de suporte em ID e um tecido industrial dinâmico.

O Avepark será diferente?

O Avepark vai ter agora uma nova infra-estrutura, é esta que é importante e que ajudará ao seu crescimento. Temos uma esperança maior com a consolidação da rede viária que há-de permitir a desejada atractividade de empresas para aquela zona.

O Bairro C parece uma criação do Gabinete de Crise, dada a sua analogia com o CampUrbis, na sua configuração?

Não, é da estrutura da Cultura e da sua vereadora Adelina Pinto, em articulação connosco porque é na zona do Bairro C onde vários destes investimentos se estão a fazer nomeadamente o da fábrica do Arquinho.

Chamaria ao Bairro C uma versão diferente do CampUrbis?

Eu diria uma versão mais alongada e um desenvolvimento natural do CampUrbis. Acrescento e já que tenho oportunidade para o fazer, que está a acontecer uma obra fantástica, no Bairro C – no ex-Teatro Jordão e na Garagem Avenida – e recordo-me de quando assumi a Escola de Engenharia, em 2005, ter começado aí uma relação mais próxima com a Câmara Municipal, começando em Couros – bem diferente do que é hoje – e logo aí escolhemos qual era o caminho a seguir. Quando revejo os slides dessa apresentação, já com as intenções desenhadas sobre o que poderia ser o Teatro Jordão e a Garagem Avenida, portanto, tem aí um projecto que demorou 16 anos a concretizar. Indica que é importante ter apostas de longo prazo que marcam uma visão, que queremos andar, queremos fazer. E Couros ganhará grande dimensão quando de facto agora começamos a poder circular dentro daquele espaço e passar pelo meio do Centro de Ciência Viva pelo meio do Centro de Formação Pós-Graduada… Quando aquilo puder estar aberto – e está fantástico – vai ser um grande espaço certamente demorando mais tempo do que esperávamos.

Finalmente, este plano alinha-se com o Plano de Costa e Silva e do governo?

O nosso plano foi escrito antes, podemos ter a ousadia de dizer que houve alguma inspiração no nosso plano e Guimarães é referenciada naquele plano, algo que nos deixa satisfeitos.

© 2020 Guimarães, agora!

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