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Quinta-feira, Maio 2, 2024

PS: comissão política ouviu Nelson Felgueiras e Paulo Silva

Economia

Dois jovens turcos socialistas e colegas de vereação foram os protagonistas da reunião de Segunda-feira: Felgueiras justificou os subsídios atribuídos e Paulo Lopes Silva para se firmar candidato.

O primeiro apostou numa intervenção ao jeito do “perdoa-me” e o segundo quer arrebatar a liderança do PS a Ricardo Costa. Ambas as intervenções evidenciam a ambição de cada um de fazer história no presente e no futuro, do partido e abraçarem uma carreira política que já começou.

Nelson Felgueiras procurava uma afirmação entre Ricardo e Paulo porventura contando com o apoio de Luís Soares, daí que o fortalecimento da sua hoste de apoio tivessem de se alongar.

Com este caso de militantes oriundos das “artes marciais” Felgueiras queria robustecer a sua influência mas perdeu lastro e apoio porque a alegada aliciação foi um verdadeiro tiro político no pé (esquerdo)…

A animosidade entre Paulo e Nelson foi visível na parte final da reunião. O agora vereador da Cultura destoou de uma condescendência conseguida pelo vereador do Desporto junto dos conselheiros locais socialistas, esta obtida sobe o manto da já tradicional filosofia de clã, em que os partidos políticos tendem a defender-se mutuamente mesmo em casos em que os sinais de escândalo são evidentes.

Percebendo que a sua condenação era ligeiramente ténue, Felgueiras deu um passo à frente e pediu a Ricardo Costa e aos conselheiros uma protecção partidária junto do presidente da Câmara. Foi evidente que o vereador do Desporto tornou mais claro o apoio da JS – onde Felgueiras parece influenciar os jovens socialistas – a favor de Ricardo Costa, num já conhecido desamor com Paulo Silva.

Este facto político de que Paulo Silva e Nelson Felgueiras não se entenderam e deixaram evidente que não morrem de amores, um pelo outro, foi mais sonante que as análises políticas que se pretendiam fazer a propósito da situação política local.

Para obter a condescendência do manto socialista, Felgueiras apesar de longo nas suas explicações conseguiu colocar-se no lugar de vítima (da ingenuidade do presidente do KTF). Paulo Silva não esteve com meias tintas e declarou sem papas na língua que não alinhava em solidariedades (de clã) antes que o presidente da Câmara evidenciasse a sua posição e modo de ver desta prática do vereador do Desporto.

Paulo Silva, sentiu-se isolado, nesta questão e na que se referia à necessidade de o partido dar passos rumo à unidade. Uma unidade que só será construída depois de eleições internas, em Janeiro de 2024, como é propósito assumido por Paulo Silva.

Em questão está, como sempre, a legitimidade da representação do partido: Paulo e o seu grupo questionam a legitimidade da comissão política para decidir sobre futuros candidatos – antes de novas eleições – e justifica que a legitimidade do “PS da Câmara” é maior do que a do PS – estrutura e institucional.

Alguns perceberam que a atitude de Paulo Silva era mesmo um “recado” de Domingos Bragança que alguns admitiam ser, até àquela reunião, a de descartar Nelson Felgueiras, retirando-lhe os poderes delegados na Câmara.

O PS tem a par de uma unidade reclamada mas nunca conseguida, um problema de eventual substituição de um vereador se Felgueiras optasse por sair. Mais complicado seria se Bragança retirasse poderes ao vereador e este se mantivesse na Câmara com o mesmo estatuto dos vereadores do PSD/CDS-PP.

Bragança pode sacrificar a reputação da sua gestão e da Câmara a favor de um vereador que não escolheu porque foi o indicado pelo PS – e por Luís Soares, numa altura em que o objectivo era despachar – e expurgar Ricardo Costa.

Ricardo Costa (presidente PS Guimarães). 📸 Marco Jacobeu

Bragança e o grupo que apoia e que se mantém na corrida para a comissão política em Janeiro do próximo ano, pode agora aumentar a desconfiança em Nelson Felgueiras que tentou aproximar-se a Ricardo Costa num vale tudo para engrossar o número de votos para ganhar poder interno e, mais tarde, municipal.

O que se pode extrair da “acta” desta reunião é que o PS Guimarães vive um momento em que o nível de decisão está dependente de jovens que não escondem as suas pretensões e desejos, o que influencia também as decisões municipais, onde a ponderação é menor que a ambição.

E que os jovens turcos do PS não olham a meios para atingirem os seus objectivos, de poder, sem demonstrar o que seria mais plausível – a competitividade – dando sinais de utilizarem o dinheiro público, nas suas decisões para serem mais populares – mas não competentes na função.

Por outro, o PS adia uma definição clara dos seus projectos para Guimarães, deixando emergir projectos particulares e ambições pessoais que estão longe dos verdadeiros interesses da “Smart City” que pretende ser e o partido devia acautelar e defender.

Fica a céu aberto que, nos tempos que correm, o poder socialista está diluído em várias fontes, não tem uma liderança forte e colectiva, estimula os “quintais” das facções em luta. E a unidade vive de avanços e recuos de saltimbancos que mudam de direcção. E Guimarães perde em dinâmica e desenvolvimento, entretendo-se em guerras palacianas e colóquios e seminários que não levam a nada.

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