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Quarta-feira, Maio 1, 2024

Nicolinas: já foi enterrado o Pinheiro da paz…

As festas dos estudantes, de 2021, voltam a estar marcadas pela pandemia que suscita repúdios, confusões e decisões que causam alvoroço na sociedade vimaranense.


Esta manhã, a comissão de festas procedeu ao enterro do Pinheiro, dando um contributo para apaziguar os ânimos entre os nicolinos, uns mais radicais do que outros, na defesa de uma tradição que já faz parte do ser vimaranense.

Este sinal de que o Pinheiro estando erecto a festa continua, contrasta com o ano anterior em que o símbolo das festas nicolinas foi quase em segredo colocado no seu lugar.

De alguma forma, a comissão de festas nicolinas e a congregação da festa estudantil, dão um sinal de que compreendem as limitações que a pandemia condena muitas actividades culturais e condiciona outras. E que movimentando o Pinheiro mais do que nenhuma outra festa em Guimarães, o importante é prevenir e esperar que nos próximos anos, tudo possa ser revivido com a mesma dimensão de outrora.

Para trás, fica a história de uma crise institucional, sem diálogo e pouca pedagogia, porque todos temeram dizer que o Pinheiro e as festas dos estudantes não acabam em 2021.

Apesar de ser notório o cenário de agravamento da infecção por covid-19, no país e na Europa, os estudantes criaram a esperança de que as festas voltariam ao seu normal. E cedo começaram com os habituais rituais, ainda que limitados, porque o troar de caixas e bombos não foi o mesmo de épocas nicolinas mais eufóricas. 

As moinas também seguiram esse entusiasmo, de desejar, ter normalidade onde há condicionamento. E houve até uma participação inusitada neste número que deu para encher a rua paralela à Muralha da cidade, de estudantes a tocar caixas e bombos.

Sentindo-se já os efeitos de alastramento da covid com novas variantes, sabendo que o Pinheiro se realizado, reuniria um universo considerável de participantes, as entidades sentiram receio de o autorizarem sobre qualquer pretexto.

A unidade de Saúde Pública alegadamente apresentou um relatório à sub-comissão de Protecção Civil onde se fazem representar diversas entidades: da Saúde (Hospital, Agrupamento de Centros de Saúde e Delegada de Saúde), de Segurança (PSP, GNR e Bombeiros (Guimarães e Taipas) e da Protecção Civil (Câmara Municipal). 

Comissão de Festas 2021 📸 Direitos Reservados

Este núcleo deu parecer negativo à realização do cortejo do Pinheiro, tomando em consideração a enorme adesão que tem tido nos últimos anos, o que poderia ser visto como ajuntamento, com potencial de propagador da infecção que em Guimarães começa a voltar a ser preocupação.

Na reunião da sub-comissão de protecção civil, participaram os presidentes das festas e da Irmandade de S. Nicolau, da Associação de Antigos Estudantes do Liceu, a congregação nicolina que ali tomaram conhecimento da decisão.

A contestação começou por aí fora e chegou mesmo à Assembleia Municipal que, na noite de Sexta-feira, 26 de Novembro, se tornou num pequeno “Capitólio” já que alguns “nicolinos”, tocando caixa, interromperam o plenário, onde a questão tinha sido abordada, como um assunto fora da agenda. Emídio Guerreiro (PSD), pediu esclarecimentos à Câmara sobre se a decisão de não autorizar o cortejo do Pinheiro tinha ou não sido unânime naquela comissão.

Na sessão da Assembleia Municipal apenas se fizeram entoar os toques das caixas, pelo que 20 minutos depois já tinham sido retomados os trabalhos.

Os Velhos Nicolinos, pela sua associação e a Irmandade de S. Nicolau, apesar de terem dito, em comunicado, que “é falta de sensatez” não autorizar que o cortejo do Pinheiro venha para a rua, apela à comunidade nicolina bom senso e o respeito de instruções conhecidas para a sua protecção individual.

Lamenta, porém, que a decisão deveria ter sido participada “como gostaríamos” acabe com as expectativas legítimas da comunidade estudantil face ao novo enquadramento jurídico.

E prevendo, mesmo com o Pinheiro já enterrado que possam haver agrupamentos residuais de estudantes, pedem “às autoridades, todas, a observância da mais completa reserva de intervenção para os casos absolutamente extremos, sempre como última opção e sempre acompanhada de uma abordagem sóbria, discreta e pedagógica, paciente e tolerante na interacção com a comunidade que servem”.

Condenam, também, a equiparação das festas nicolinas a “uma romaria popular” e por isso desejam que o espírito nicolino prevalecem acima de tudo, de modo a que “a sua história e tradições multisseculares” sejam respeitadas.

Foto Arquivo 📸 Município de Guimarães

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