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Guimarães
Quinta-feira, Maio 2, 2024
José Eduardo Guimarães
José Eduardo Guimarães
Da imprensa local (Notícias de Guimarães, Toural e Expresso do Ave), à regional (Correio do Minho), da desportiva (Off-Side, O Jogo) à nacional (Público, ANOP e Lusa), do jornal à agência, sempre com a mesma vontade de contar histórias, ouvir pessoas, escrever e fotografar, numa paixão infindável pelo jornalismo, de qualidade (que dá mais trabalho), eis o resultado de um percurso também como director mas sempre com o mesmo espírito de jornalista… 30 anos de jornalismo que falam por si!

Araújo e Costa são iguais como o são Ricardo’s…

A guerra ou escolha de lugares nos partidos em tempo de eleições e a sua ordenação nas listas, é conhecida como coisa de ‘mercearia política’ – que aparenta ter uma gama vasta de produtos para se optar mas os artigos não são mais do que ninharias.

Em Guimarães, Ricardo Araújo foi decalcado por Ricardo Costa, em que a estratégia de um serviu a outro, em que a prática do segundo veio confirmar a justeza do primeiro… claro está junto dos seus apaniguados!

Não houve estratégia alguma, apenas a confirmação da reverência ao ‘chefe’ e a satisfação da sua vontade. Os apaniguados bateram palmas a esta concentração de poder e de apoio a candidatos únicos, como se a democracia fosse a vontade de um e não de muitos.

O ‘chefe’ – estes ‘chefes’ – jogaram na lotaria e tiveram sorte. O seu lugar está assegurado, porventura, para os próximos quatro anos se o mandato não for interrompido.

Mas ainda têm direito a bónus: o de ser (candidato) a presidente da Câmara. A mudança – de lugar – não será para os dois porque na Câmara só um poderá tornar-se no ‘dono disto tudo’. Com o outro, a ter de safar-se como líder da oposição.

Ou seja, os Ricardo’s são uma espécie de privilegiados da trilogia perfeita:

  • Presidentes da comissão política;
  • Candidatos a deputados;
  • Candidatos a presidente do Município, vulgo autarca-mor.

E influenciarão o universo político, nos próximos tempos, apenas pelo facto de serem as ‘fadas madrinhas’ do seu partido a quem deram a varinha de condão para mandar a seu bel-prazer.

Uns dirão que isto é a democracia a funcionar, outros que é surreal e uns tantos até dirão que a tirania também é democrática… porque provém da vontade de uma minoria que manda nos partidos e que depois os eleitores consagram.

O pessoal político em Guimarães aceita a regra monárquica de que o Rei está acima de tudo.

Mas não se pode esconder que, para além das estratégias políticas associadas a estas escolhas, nota-se que apesar de doutorados e licenciados, o pessoal político em Guimarães aceita a regra monárquica de que o Rei está acima de tudo. O que abona pouco a favor da sua qualidade.

Poucos políticos tiveram esta sorte, de um futuro assegurado, e com lugares reservados à sua escolha: um é certo, outro depende de outras eleições.

Claro que ambos os Ricardo’s se preparam para o salto em altura, na política. E um deles vai falhar o seu compromisso com os eleitores, trocando o cargo de deputado pelo de presidente da Câmara.

Mas isso não importa, pois revelam-se iguais nos propósitos: os de secar (politicamente) tudo à sua volta. E até demonstrarem algum egoísmo porque quem vier depois a optar pelo lugar de autarca, não será substituído por nenhum colega de partido da mesma secção, no parlamento.

O engraçado é que ambos querem defender novos valores e novos princípios com as mesmas (más) práticas de concentração de poder, suportados por um sindicato de voto. E tendem naturalmente a serem ‘eucaliptos… da política’! Isto para não dizer que são verdadeiros oligarcas, vindos do povo, quais capitalistas políticos.

Acentuam o poder do chefe, promovem a dependência – porque há sempre quem queira apanhar migalhas – amolecendo a democracia interna e arrumando com a competitividade política para canto.

Assim seja!

© 2024 Guimarães, agora!


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