Uma mensagem espalhada nas rede do WhatsApp deixa o vereador ligado a uma prática de angariação de militantes de suporte à sua candidatura à concelhia do PS.
O calcanhar de Aquiles da mensagem oriunda da Associação de Desportos de Combate KTF que beneficiou de apoios municipais, em duas épocas de 35 mil euros, por proposta de Nelson Felgueiras é o de estimular a adesão ao PS pelo seu desempenho enquanto vereador.
Na mensagem que conseguimos ler, o presidente da KTF é claro: “vamos ajudar quem merece e nos tem ajudado” e reconhece que “o vereador do Desporto precisa um pouco da nossa ajuda como tem ajudado no que pode, cabe agora tentarmos retribuir”.
Esta proximidade e amizade deixa os critérios de atribuição de subsídios municipais sobe suspeita.
Apesar de vereador, em declarações ao Jornal de Notícias (JN), confessar a amizade para com a KTF e com o seu presidente, e o pedido de apoio na inscrição de novos militantes, Nelson Felgueiras rejeita que os subsídios atribuídos possam ser entendidos como favorecimento.
Quanto ao resto, o processo de angariação de militantes, sem qualquer critério que não o de engrossar as fileiras e representatividade de cada facção, de modo a disputar o poder interno, não tem nada de novo.
E é uma pratica que tem sido estimulada pela entrada de Ricardo Costa na procura de força e poder, depois de ter sido dispensado da vereação por Domingos Bragança. Uma ideia e processo que já tinha levado Luís Soares ao poder na concelhia, quando o ainda “grupo das Taipas” se encontrava unido com a ascendência de Paulo Renato de Faria, o homem de Moreira de Cónegos que lutou por uma nova ordem socialista pós-Magalhães.
Com as eleições internas apontadas para meados de Janeiro de 2024 – facto novo que atraiçoou a estratégia de alguns candidatos que previam a não existência dessas eleições antes das autárquicas de 2025, precipitou nova corrida à caça de novos militantes.
Este frenesim de aumentar as fileiras com novos activistas “socialistas” como arma de conquista de poder poderá levar a que a secção de Guimarães do PS se torne na maior a nível nacional, um objectivo e intenção que o actual presidente da concelhia não esconde de poder atingir. Hoje tem 2700 militantes com direito pleno ao voto que decide as escolhas internas.
Porém, o que deixa claro este apoio a Nelson Felgueiras é que ele se prepara para ser mais um candidato na eleição da próxima comissão política, naturalmente a cara visível da facção Luís Soares que quer ter “uma palavra a dizer” na definição local do futuro dos socialistas.
Se não há dúvidas sobre a recandidatura de Ricardo Costa que soma a impossibilidade prática de ter unido o partido neste seu primeiro mandato, se Sofia Ferreira abdicou de nova candidatura partidária deixando a charneira a Paulo Silva – no que já é classificado como “o PS da Câmara” com o apoio de Domingos Bragança – a entrada em cena de Nelson Felgueiras completa o trio de facções desavindas, à procura do reconhecimento dos militantes para firmar uma nova ordem socialista.
Ricardo Costa, a pedido de algumas famílias socialistas e incitado por Domingos Bragança, andou a almoçar e jantar com Paulo Silva e Sofia Ferreira. Mas união ou unidade proposta não teve adeptos e só se verificará depois do confronto eleitoral, a partir do qual se fará ou não a unidade partidária para as autárquicas de 2021.
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