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Sexta-feira, Abril 26, 2024
José Eduardo Guimarães
José Eduardo Guimarães
Da imprensa local (Notícias de Guimarães, Toural e Expresso do Ave), à regional (Correio do Minho), da desportiva (Off-Side, O Jogo) à nacional (Público, ANOP e Lusa), do jornal à agência, sempre com a mesma vontade de contar histórias, ouvir pessoas, escrever e fotografar, numa paixão infindável pelo jornalismo, de qualidade (que dá mais trabalho), eis o resultado de um percurso também como director mas sempre com o mesmo espírito de jornalista… 30 anos de jornalismo que falam por si!

Um piloto não é um recadeiro!

João Henriques desviou a rota do seu avião, quase estatelando-o no grande aeroporto que é o universo dos sócios vitorianos, numa manobra perigosa, consciente mas irresponsável.

Para além de comprar uma guerra para o futuro, o treinador do Vitória sentiu-se de algumas críticas que existirão sempre no mundo de futebol, quer ganha ou perca.

Ao fazer esta aterragem, justificada pela euforia de um triunfo frente a um rival, de longa história, e guiada pela “net”, o “conquistador” deixou no ar a certeza que tirou as mãos dos comandos do avião e pegou no microfone interno para desafiar os seus passageiros que lhe garantem em todas as jornadas desta viagem, o apoio para poder voar, com “tretas” iguais às que certamente ouve de alguns.

Para além de deixar dúvidas sobre a sua capacidade de pilotar bem o avião vitoriano, em próximos viagens, o treinador deixou em stand by críticas a outras aterragens mais bruscas, no futuro próximo, porque ninguém garante viagens seguras ou tranquilas, importunadas por ventos mais fortes ou poços de ar mais fundos que façam tremer este avião vitoriano.

A discussão com os adeptos do Vitória ficou num poço sem ar, instável, perigoso, de um piloto que devia estar sempre no cockpit e não andar pelo avião fazendo de hospedeira, servindo whisky aos passageiros ou vendendo perfumes. Até porque os co-pilotos não conhecem todas as rotas da navegação.

O “conquistador” desbaratou, assim, crédito junto de muitos adeptos, que aceitavam até a dificuldade do seu desempenho num avião normal, apto para voos internos e não para viagens de longo curso.

Deu provas de não saber ouvir reparos, críticas e desabafos em que o mundo do futebol é fértil – e que não têm emenda, por muito que contra ele se insurja – pondo em causa princípios basilares da nossa democracia, como o direito de opinião – que também a ele se lhe reconhece mas que não soube exercer sem mácula.

Deixou no ar, a ideia de ser adepto do pensamento unânime ou único, de regimes totalitários que vingando no futebol, não se aplica fora dele.

Numa altura que em que os passageiros chegavam a terra, o treinador, armado em piloto, de grande velocidade espalhou a confusão, de dentro para fora, quando o normal é ser de fora para dentro. Quiçá inspirado em Jorge Jesus que clamou a carência de carinho pelos seus adeptos.

Se também quis fazer o papel de “recadeiro” errou porque os sócios e adeptos é que se devem entender com os dirigentes seus administradores e não o treinador que pode ter feito o que não lhe competia.

Se no Vitória, desde tempos imemoriais, as críticas, os reparos, os desaguisados sempre existiram – basta ver os jornais da terra – e são tão velhos quanto a história do clube, numa dialéctica social e clubista porque razão haveria um treinador de se meter ao meio, sujeito, a que uma mão estendida sofresse desvio de rota.

João Henriques não é tão novato que não perceba que sair do cockpit pode deixar o avião desgovernado…

João Henriques não é tão novato que não perceba que sair do cockpit pode deixar o avião desgovernado. E que nas actuais circunstâncias o mal-estar não pode ser alimentado de dentro para fora quando muitos dos exigentes adeptos – embora querendo sempre ganhar – sabem compreender resultados se lhes for bem explicado porque é que este plantel é como um limão: quando espremido acaba e não dá o sumo de dois ou uma dúzia de limões. É isto que tem de fazer, em discurso directo, de forma linear, honesta, descritiva como o tem feito.

Não precisa de mais… Só deve levar na sua mala de viagem a roupa que precisa para se mostrar como comandante e não enchê-la com problemas e confusões e muito menos, com recados!

No futebol todas as divergências provocam guerras de alecrim e manjerona. E João Henriques não precisa de largar combustível do seu avião sobre os adeptos do Vitória numa viagem que tem um destino traçado mas que pode ser levado a alterar rotas por emergência. E aí pode faltar-lhe gasolina!

© 2021 Guimarães, agora!


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