Primeiro, é a competência dos que jogam no relvado, o seu empenho e trabalho, a sua dedicação, o seu amor à arte, a sua classe, imaginação e criatividade, o seu potencial individual e colectivo;
Segundo, é a competência, serenidade e responsabilidade do mando, ainda que contestável. Falamos do treinador que resiste (ou não) a pressões de outros interesses (nem sempre legítimos). Poderíamos acrescentar um ou outro à lista de convocados mas Roberto Martínez tem mais informação – científica até – sobre os jogadores que escolhe do que as preferências (à base de simpatia pessoal) dos adeptos. É uma escolha mais independente, mais exigente e não satisfaz interesses particulares como noutras áreas onde a exigência não existe, a lealdade se confunde com fidelidade ‘canina’, a competência não tem métricas de avaliação e o chefe escolhe sem critério.
Terceiro, Portugal beneficia de uma geração de jogadores emigrantes – alguns dos quais desconhecidos até dos melhores informados – que jogam nos campeonatos mais exigentes do mundo futebolístico a nível de cada país e que estão presentes em todas as competições europeias – uma segunda competição que afina a qualidade dos jogadores. Quase todos jogam em competições com uma carga enorme de jogos, à chuva, ao frio e ao calor, o que lhes dá qualidade física, de mentalidade que acresce ao seu talento.
Quarto, os critérios destas escolhas de gente preparada para a função dão resultados, como nunca vistos. Ainda há pouco vivíamos da recordação nostálgica, de um 3º lugar do Mundial de 1966 e pouco mais. Hoje o currículo da selecção nacional já contempla títulos, sempre contra os mais poderosos, há um selecção que se expande e prolonga depois dos Eusébios ou Colunas, dos Humbertos Coelhos e agora até ouvimos falar de um Nuno Mendes – campeão europeu do seu clube – e de outros nomes em afirmação.
Quinto, depois vem a organização da estrutura – uma FPF mais preparada para secundar fora do relvado o que os jogadores fazer no tapete verde. Estruturas que permitem trabalhar a união do grupo, a competitividade da selecção e a construção do onze principal.
Sexto, uma comunidade de fãs que vive no Continente e Ilhas alimenta a força emocional da equipa portuguesa com a força moral dos nossos emigrantes – cujo portuguesismo é inquestionável e se sobrepõe ao portismo, benfiquismo ou sportinguismo.
“Preparam-se estudam, cuidam-se, são verdadeiros profissionais e verdadeiros trabalhadores.”
Sétimo, o futebol é exemplo porque os seus trabalhadores e talentos são bem pagos e mostram ambição de ganhar, estar na frente. Preparam-se estudam, cuidam-se, são verdadeiros profissionais e verdadeiros trabalhadores.
Oitavo, a força colectivo vale mais que cada um dos jogadores individualmente. Cristiano Ronaldo não ofusca a selecção com a sua classe, humildade e categoria. Ele é o pai, pelo seu exemplo, destes jovens que são estrelas na Europa e onde todos cabem e convivem, trabalhando no duro. Todos têm valor e lugar, ninguém entra por ‘cunha’, compadrio ou discricionariedade.
Nono, são um grupo disciplinado mas sem necessidade de chicote porque a sua mentalidade conduz-los ao êxito, dá-lhes fama e mostram como ser bom dá muito que fazer e sofrer. Já há muito que aprenderam a trabalhar num nível mais alto.
Décimo, a sua competência é inquestionável, são teimosos na sua dedicação, o seu gosto pela bola, arte e profissão, já vem do berço, nada lhes cai do céu… a sua valia futebolística vem do trabalho, do sofrimento e até do seu isolamento.
Décimo primeiro: são emigrantes de luxo e os melhores embaixadores de Portugal no mundo que mostram a grandeza deste rectângulo à beira-mar (Atlântico) plantado.
Décimo segundo, por isso são craques, são os melhores, têm mérito e não são fruto do acaso. Fosse Portugal em tudo… como é no futebol e seríamos uma enorme Nação!
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