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Guimarães
Quinta-feira, Março 28, 2024
José Eduardo Guimarães
José Eduardo Guimarães
Da imprensa local (Notícias de Guimarães, Toural e Expresso do Ave), à regional (Correio do Minho), da desportiva (Off-Side, O Jogo) à nacional (Público, ANOP e Lusa), do jornal à agência, sempre com a mesma vontade de contar histórias, ouvir pessoas, escrever e fotografar, numa paixão infindável pelo jornalismo, de qualidade (que dá mais trabalho), eis o resultado de um percurso também como director mas sempre com o mesmo espírito de jornalista… 30 anos de jornalismo que falam por si!

O caixeiro-viajante…

Levou na mala um clube com história, vilipendiado por gestores de meia tigela, muito invejosos, com um rol de dívidas que chega à Penha, e com uma equipa sustentada em jovens da equipa B que estão a 5 pontos do Sporting, outro clube centenário e cheio de títulos.

O presidente do Vitória é o caixeiro-viajante do novo milénio, na senda de muitos outros que ajudaram as fábricas vimaranenses a vender os seus produtos.

António Miguel Cardoso, partiu, nesta missão comercial, com espírito de missão. Esqueceu as dificuldades, temperado com a alma e o fervor que distingue os verdadeiros vitorianos, daqueles que se julgam vitorianos só por ostentarem um cachecol.

Também deixou Guimarães, esperando os melhores resultados. Nunca ninguém conseguiu como ele “apresentar” o Vitória, e “vender” a imagem de um clube histórico, propondo quase coisa nenhuma.

  • É fácil fazer participar um investidor no capital de uma SAD falida, com uma equipa de jogadores que sendo jovens não estão aptos a incorporar um projecto mais europeu, capaz de dar cartas no mundo do futebol?
  • É fácil convencer um investidor a entrar como accionista minoritário, na gestão e na propriedade do clube?
  • É fácil apresentar um VSC com um rol de dívidas, acumuladas, que foram aumentando até chegar a um patamar proibido?

Não, não é. E tanto é assim que até agora alguns tentaram mas poucos conseguiram. O Vitória foi sempre barriga de aluguer de filhos alheios, de interesses menores e mesquinhos. Sempre foram muitos, os que chegaram à mesa do poder no clube perguntando o que VSC podia fazer por eles e não o que eles podiam fazer pelo Vitória.

Não faltam por aí aventureiros que tiveram a sua oportunidade e pouco ou nada fizeram.

E ainda hoje é assim. Não faltam por aí aventureiros que tiveram a sua oportunidade e pouco ou nada fizeram. Alguns até se limitaram a ser “fracos” parceiros de viagem.

António Miguel Cardoso regressa a casa consciente não só de que fez o possível como roçou o impossível. Não trouxe promessas, antes apresenta resultados. E se a parceria vingar o Vitória começa uma viagem que o coloca na ante-câmara da alta roda do futebol europeu.

  • E que “novas” trouxe desta sua viagem ao universo do futebol, mais capitalista? 

Quer se queira quer não, o resultado é positivo: convenceu alguém a investir em condições pouco normais. Isto de conseguir alienar 46% do capital de uma SAD mal tratada, ferida, que até agora apenas serviu os interesses dos seus administradores, muito mais que os interesses do clube, não é algo que outros se possam orgulhar.

Pode apresentar uma proposta concreta de internacionalização e de aproximação à Europa do futebol incorporando mais valias que hão-de resultar de ter um clube “irmão”; escancarou as portas para iniciar um novo projecto de gestão, menos amador e mais profissional, guiado por níveis mais europeus, capaz de ir à Liga Europa, não mais como um passeio ou uma excursão, mas como resultado de uma afirmação nacional que coloque o Vitória nas cinco melhores equipas portuguesas, de forma permanente, e sustentadamente toque nos calcanhares dos que disputam os 3º e 4º lugar, numa fase mais próxima;

Outra grande novidade é que o Vitória pode entrar num processo em rede, não apenas com o clube irmão do Aston Villa e de uma panóplia de conhecimentos, informações e modelos de organização e formação nunca experimentados.

Isto significa que o Vitória tem de começar de novo e do zero. Um clube sem receitas próprias, delapidadas por antecipação para satisfazer caprichos gestionários de dirigentes amadores na ambição e na competência e profissionais no ordenado, não pode aspirar a ter grande futuro.

Viverá para sempre num clima de confronto entre os seus apaniguados, rendido a pequenos interesses, privilegiando e premiando os incompetentes, deitando fora o talento, a qualidade e a competência.

Também ao nível das entradas e saídas, de activos, o Vitória pode valorizar os seus, entrando mais forte num sistema concorrencial, aberto, e mais alargado.

António Miguel Cardoso pode vir a fazer o que outros podiam ter feito e nem sonharam. Com tanto prestígio nunca levaram a carta a Garcia…

E ele numa época apenas – vai fazer um ano – foi quem mais tabus quebrou na agenda vitoriana: deu oportunidade aos jovens e ganhou alguns, cortou nas despesas mostrando não ignorar a dívida nem a endossar a outros – no futuro; fez as reformas que outros desejavam fazer mas renderam-se impotentes a interesses instalados.

E o mandato ainda nem chegou a meio

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