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Quinta-feira, Abril 25, 2024
Pedro Ferreira
Pedro Ferreira
23 anos, licenciado em Gestão de Recursos Humanos. Técnico de melhorias contínuas. Gosto de futebol, música e um bom jantar entre amigos.

Como será o futuro pós pandemia?

Na semana em que foi decretado pela 11ª vez a renovação do estado de emergência, e que ficamos a saber pela voz do primeiro ministro, António Costa, que apesar da diminuição do número de casos, o confinamento está para durar. Se por um lado, os resultados deste confinamento já começam a produzir efeitos, traduzindo-se numa curva cada vez mais em sentido descendente em vários parâmetros, ao ponto de atingir o índice transmissibilidade (Rt) de 0,73, o mais baixo que o país já teve desde o inicio da pandemia, por outro lado, vendo o copo meio vazio, a situação continua a ser extremamente grave pois o número de óbitos e de internamentos em unidades de cuidados intensivos são demasiado elevados, o que exige máxima cautela por parte do governo, de forma a contrariar erros passados.

Embora seja da opinião que Marcelo Rebelo de Sousa, bem como António Costa nas declarações proferidas na passada quinta-feira não tenham sido totalmente taxativos (Costa aquando da interrogação acerca do fim de semana da Páscoa, e de este poder levar a um aumento do confinamento, limitou-se, por várias vezes, a referir “não será a Páscoa que conhecemos”), julgo que o governo aprendeu algo com os (vários) erros cometidos até então, visto que assumiu um posicionamento mais cauteloso, salvaguardando o confinamento, incluindo o período pós Páscoa. Aguardo, expectante, que o governo resista à tentação de fazer da Páscoa um novo Natal. É fulcral assegurar que nesse período não haja um relaxamento das medidas, levando a um aumento exponencial de casos e consequentemente de mortes, como verificado no Natal.

A falta de organização por parte do governo tem sido notória, desde das medidas que têm pecado por tardias, as vacinas que não têm o devido aprovisionamento e são desperdiçadas, como no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, em Penafiel, ou ainda as vacinações de forma fraudulenta e injusta de pessoas com posições privilegiadas, sendo um ato tão hediondo que a sua punição deveria merecer uma maior atenção do governo. A receção de 26 profissionais de saúde alemães, ou a disponibilidade demonstrada pela Áustria e restantes países em ajudar Portugal, é demonstrativo de uma Europa unida, em contrapartida evidencia as notórias fragilidades do sistema nacional de saúde português que, seja pela falta de camas, falta de material ou de pessoal, é incapaz de dar resposta às solicitações com que se depara.

Para agravar ainda mais a situação, a produção e fornecimento das vacinas previstas para o primeiro trimestre está atrasada, na Europa e em Portugal. Ao invés das 4.4 milhões de doses acordadas, iremos receber menos de metade, cerca de 1.98 milhões. Para além disso, acresce o facto de haver um desconhecimento, pelo menos parcial, das formas de propagação, mortalidade e de reação às várias vacinas disponíveis até ao momento face ao aparecimento de novas variantes do vírus.

Atenuar o impacto social e económico da pandemia será uma tarefa hercúlea e duradoura, mas as vacinas serão sempre o primeiro passo para uma recuperação económica…

É de primordial importância, que o governo ouça a comunidade científica e procurem refletir e chegar a um consenso, de forma a que tenham o conhecimento necessário e consigam antecipadamente gerir e criar uma estratégia e critérios objetivos para o desconfinamento que, evidentemente, deve ser feito de forma gradual. Atenuar o impacto social e económico da pandemia será uma tarefa hercúlea e duradoura, mas as vacinas serão sempre o primeiro passo para uma recuperação económica.

Começar a definir centros de vacinação para além dos centros de saúde (como Guimarães irá fazer (e bem), com o pavilhão multiusos, e Lisboa já o faz, com o altice arena), pois nem todos os utentes estão registados nos centros de saúde, e de forma a estes não ficarem sobrecarregados. Devemos começar a seguir o exemplo da Dinamarca, (dos países com mais testes por milhar de habitantes) e sermos mais reativos: acentuar o número de rastreamento e de testagens. Caso estes pressupostos não estejam assegurados e o governo volte a cair nos erros do passado, teremos nós capacidade para aguentar mais um confinamento?

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