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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

25 de Abril: há um sentimento de pertença das forças políticas

PS: gerações mais novas sabem que “Abril tem e é futuro”

© Município de Guimarães

Hugo Teixeira, foi escolhido pelo Partido Socialista para evocar Abril. Ele que nasceu depois de Abril. Fez seus testemunhos os dos seus familiares ao olhar para o antes do 25 de Abril.

Por eles, falou de “um regime que empobreceu os portugueses” e que levou alguns para a emigração em busca de melhores condições de vida.

O líder da JS, agradeceu aos capitães de Abril e a todos aqueles que “no percurso da sua vida lutaram e tentaram dar o seu contributo no combate ao fascismo”.

Depois, enalteceu o papel dos jovens nestas lutas. “Ao longo dos tempos, foi sempre com o contributo da juventude que as grandes causas avançaram. Recorde-se um momento chave no longo caminho que culminou na Revolução dos Cravos – a crise académica de Coimbra, em 1969, protagonizada por Alberto Martins, um jovem vimaranense, que ousou usar da palavra perante figuras de um regime que sempre havia censurado e condicionado os estudantes” – recordou.

E prevê que “agora, não será certamente diferente”, pois, “será através de nós jovens, que a luta pela democracia se continuará a travar. Sabemos que desde que esta foi conquistada, naquele ano de 1974, nunca desde então, se encontrou sob tanta ameaça, como se encontra nesta fase”, uma tese a necessitar de confronto histórico.

Hugo Teixeira falou das “forças radicais” que “tentam assaltar e derrubar as instituições democráticas, lançando o caos à procura de uma nova imposição de autoridade sobre os cidadãos portugueses”.

Faz fé nas gerações mais novas que “serão determinantes no desfecho desta batalha”, pois, “será na busca de alcançar novos desígnios, novas bandeiras, novas causas, que essa força de vontade se demonstrará”.

Porque “Abril tem futuro e é futuro”, Hugo Teixeira deixa a esperança nas gerações mais jovens que “se encontram empenhadas e comprometidas na construção de um futuro onde os valores de Abril nunca serão postos em causa”.

PSD: coragem, energia e audácia dos capitães de Abril para as eleições autárquicas

© Município de Guimarães

Filipa Leite, também pertence ao grupo dos que só viveram em democracia. Por isso, se “sente privilegiada em relação aos seus pais e avós” porque nunca se sujeitou a viver num regime fechado.

Evocar o 25 de Abril é assinalar “a liberdade como algo inalienável, pessoal e intransmissível” que justifica “uma luta diária”, pois, a liberdade está longe de ser “um bem adquirido”.

Face aos atentados e violações da liberdade, Filipa Leite entende que “todos teremos de estar atentos e vigilantes” até porque enquanto mulher acredita numa sociedade onde a condição feminina “nunca será beliscada” e que a igualdade de género e de oportunidades serão marcas identitárias de um Portugal melhor.

Reportando-se à realidade local, Filipa Leite disse que “é com a mesma coragem, energia e audácia dos capitães de Abril que o PSD tem vindo a construir a alternativa política coesa, credível e necessária a Guimarães”.

Não regateou esforços para o que o PSD fez como “única força política que mais alertou para a falta de clarividência decisória do nosso executivo, consequência directa e efectiva de mais de três décadas de governação local que se foi toldando pelo cansaço e pelo marasmo, resultando, assim, numa ambição limitada e ineficiente. Temos hoje um município com uma governação pálida, adoentada, sem energia, com as baterias totalmente vazias”.

Descreveu o advento de “uma nova era” na política local, “e gritar uma verdadeira ode à liberdade, pois não há maior manifestação de liberdade do que a mudança”.

Este episódio mais partidário na evocação de Abril, ocupou os últimos seis parágrafos da intervenção de Filipa Leite que ajustados à proximidade de eleições locais, a levou a escrever que “só quem acredita na liberdade é que ousa mudar paradigmas, conjecturas e mentalidades, por isso o PSD tem construído e apresentado alternativas credíveis e estruturadas para o nosso concelho” – reforçou.

José Torrinha: Como defendemos a democracia?

© Município de Guimarães

O presidente da Assembleia Municipal, José João Torrinha entendeu aproveitar a evocação de Abril, das liberdades e do sistema político para propor uma reflexão sobre “como é que defendemos a democracia contra os muitos perigos que a rodeiam?”

A esta interrogação juntou outra: “devemos ser tolerantes para com os intolerantes?” Num exercício difícil, controverso, o presidente da Assembleia Municipal, lembrou-se de um desfile de neo-nazis, em 1985, numa pequena aldeia sueca. E durante o qual “uma mulher filha de uma sobrevivente de um campo de concentração polaco, não aguentou semelhante espectáculo e com a sua bolsa, atingiu um dos manifestantes.”

José João Torrinha provocou a reflexão mas não deu respostas às suas questões já descritas e a uma outra: “devemos aceitar que quem quer destruir a democracia jogue o jogo democrático e que por essa via possa vir a acabar de vez com a tolerância que permitiu a sua entrada no dito jogo?”

Por isso, seguiu com o protocolo de falar sobre o 25 de Abril, festejando a liberdade e a democracia “e as acções dos que não se resignam, dos que fizeram da sua generosidade, coragem e desprendimento as suas maiores armas contra os opressores”.

E pediu que “sejamos claros”, nas nossas acções de preservar o regime democrático. E para esta festa “todos os democratas são bem vindos e convidados”, salvaguardando que “é uma festa sem donos e em que cabem as mais diferentes convicções e ideologias democratas”. Clarificou que “quem discorda de mim não é meu inimigo, é meu adversário. E no final, o povo decide se sou eu que vou governar, ou se é ele, ou se não é nenhum de nós”.

Defendeu, depois, a exclusão da festa da democracia, os que “desprezam os valores da tolerância, da aceitação da diferença, da democracia e da liberdade”. São estes que ficam à porta por não serem “normais”.

Na sua dissertação, o presidente da Assembleia Municipal entende que esta “é a melhor forma de defender a democracia”; outra é não alimentar determinados tipos de discurso – qual banalização do mal – dando exemplos como a corrupção que não ajuda ao regime democrático.

Mudar a percepção da opinião pública sobre estes fenómenos acerca da classe política só se faz pelo uso de todos os meios, de forma consistente, consensual, que devem estar ao dispor do combate à corrupção.

Terminou, defendendo, que “a defesa da democracia em 2021 não é uma questão teórica. Ela está aí e reclama acção por parte de todos democratas. Não há auto-exclusões nesta luta”.

© 2021 Guimarães, agora!


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