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Sábado, Abril 20, 2024

E um caminhar até ao Monte Latito

Economia

Adarve da Muralha permite novos olhares sobre a cidade

No adarve da Muralha pode ter-se novas visões sobre a cidade, a solução arquitectónica e construtiva agradou aos mais exigentes.

São várias as novas perspectivas de visão que se podem observar do adarve da Muralha, inaugurado no último dia do mês de Junho. O percurso pedonal, feito em chão de chapa zincada, com cores adequadas e com o vermelho a distinguir zonas de declive e de escadas, permite ver as traseiras do Museu Alberto Sampaio e do Convento de Santa Clara e ainda zonas de jardim e de recreio.

Num outro ângulo, também o Paço dos Duques aparece-nos em frente à medida que se percorre o adarve, desde a entrada junto ao Museu até à portaria da Câmara Municipal, num percurso sempre ascendente.

Logo no início, à direita, há uma vista mais de perto sobre o jardim do campo da feira e da Igreja de S. Gualter, uma outra de média distância sobre a meia-encosta da Penha e, por fim, lá no alto, a Montanha e a parte nordeste de Guimarães também nas mesmas cotas.

De resto, o horário de funcionamento daquele passadiço, entre as 10 e as 22 horas, vai permitir um olhar sobre a paisagem próxima e adjacente, dia e de noite e no Verão, durante o poisar do Sol, o que pode oferecer motivos para registos fotográficos interessantes.

Uma pequena multidão juntou-se ao fim da manhã de Domingo, para acompanhar a última cerimónia, sempre animadas, das inaugurações do 24 de Junho, onde esta também se incluiu.

O entusiasta da ideia, Miguel Bastos, também esteve presente com direito a descerrar a lápide de inauguração, um gesto simpático da autarquia que mostra uma abertura aos “pedidos” e “sugestões” da sociedade civil no que toca ao desenvolvimento de iniciativas que visam o engrandecimento de Guimarães.

“O papel da sociedade civil é muito importante, como atestam os muitos exemplos ao longo da nossa história”, frisou Miguel Bastos.

“Achava um desperdício que este espaço não pudesse estar disponível para visita pública, e isso agora foi concretizado” – concluiu.

Recorde-se que “o percurso pedonal do adarve da Muralha teve como ponto de partida uma proposta encabeçada por Miguel Bastos, apresentada ao abrigo do Orçamento Participativo, e que, apesar de não ter tido o número de votos suficiente para ser aprovada, foi abraçada pelo executivo da Câmara Municipal.”

E o adarve é uma delas porquanto o corredor instalado no interior da Muralha será mais um atractivo para os turistas e para os vimaranenses, quando se deixam enlear pelas riquezas da cidade histórica e medieval.

E, no entender do presidente da Câmara, um contributo mais para “a divulgação do património e melhor entendimento da história de Guimarães”. Isabel Fernandes, directora do Museu Alberto Sampaio, também sorriu com o fim e concretização da obra e das possibilidades que esta abre para se olhar em redor da cidade, num ângulo mais restrito e uns cerca de 10 metros acima do solo, mas a com componente patrimonial no horizonte. Deu um “gosto” à solução construtiva do adarve, reconheceu a sua importância no contexto do que há mais para visitar na cidade e da sua segurança. E reconheceu a sua importância, sobretudo porque “era importante que esta Muralha pudesse ser visitada por quem cá vive e por quem nos visita”. Recordou a importância de Guimarães no século X, pela confluência de eixos que permitia.

Para o presidente da Câmara Municipal, a defesa do património como instrumento e ferramenta de entendimento da história de Guimarães, a sua fruição mais consciente do que representa muito do edificado e porque é que ele existe e deve ser preservado, está patente nesta construção. “Dos alicerces da fundação do Mosteiro de Guimarães rumo ao Monte Latito, este percurso permite-nos perceber de que forma a cidade se foi desenvolvendo e crescendo. O que mais desejo é que o nosso património seja bem cuidado, bem reabilitado e bem usado, e que possa abrir-se, na medida do possível, à fruição cultural dos vimaranenses e de todos os portugueses”, disse. Domingos Bragança reconhece que este caminho de reabilitação do património, iniciado há décadas, terá seguimento, e aponta a atenção que está a ser dada a outros locais de grande importância para a história de Guimarães, como é o caso da abertura ao público da Torre da Alfândega e da reabilitação das ruas D. João I e Francisco Agra e, depois, outros locais. Domingos Bragança concluiu a sua intervenção dizendo que “o objetivo é compreendermos a nossa história… e estou certo que, ao percorrem o adarve, se vão dar conta da importância da ligação entre os dois núcleos da cidade, a vila de baixo e a vila de cima, e do que isso representava para a fortificação do burgo vimaranense”.

José Bastos que tinha sido vereador da Cultura quando a Câmara deliberou adoptar a ideia e construir a solução, salientou que sentia “grande alegria e satisfação ver concluída uma obra que, com o apoio de fundos comunitários, permitiu disponibilizar a fruição do património de Guimarães”.

A solução arquitectónica encontrada para o percurso pedonal, brotou da imaginação do arquitecto Miguel Melo, técnico da Câmara Municipal, cuja preocupação foi “valorizar a Muralha e criar a possibilidade de o adarve ser acessível através de uma estrutura simples e reversível, que mantivesse a autenticidade através de uma linguagem contemporânea”.

A abertura da cerimónia oficial de inauguração do percurso pedonal do adarve da Muralha foi abrilhantada com a atuação musical do grupo Osmusiké, que interpretaram canções inspiradas na história de Guimarães, dando contexto à importância do momento.

© 2019 Guimarães, agora!

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