Setenta e cinco estudantes de Engenharia Aeroespacial da Universidade do Minho vão realizar o seu baptismo de voo este Sábado, dia 22 de Junho, no aeródromo do Alto Minho (Cerval), em Vila Nova de Cerveira. A manhã começa com workshops de mecânica, planos de voo e meteorologia.
A oportunidade para ‘rasgar as nuvens’ é a partir das 11h00 e, depois, das 14h00. No hangar prevê-se vários ultra-leves prontos para sobrevoar as margens do rio Minho e com o apoio de diversos pilotos e engenheiros.
Neste programa de adaptação ao meio aéreo, os estudantes vão dar asas ao sonho e testar a nível prático o que aprenderam na teoria, resume o director da licenciatura e do mestrado em Engenharia Aeroespacial da UMinho, Gustavo Dias. Os alunos, quase todos do 1º ano daqueles cursos, poderão ainda recolher informações e questionar os profissionais do aeródromo para projectos que têm desenvolvido nas aulas.
Por exemplo, na licenciatura em Engenharia Aeroespacial – que tem a nota mínima de entrada mais alta do país (18.86 valores) -, uma das disciplinas exige construir um planador com materiais em fim de vida de empresas da região, além de se aplicar conhecimentos de mecânica, electrónica e comunicação. Já no mestrado, o desafio é fazer um balão meteorológico para, após subir e rebentar na atmosfera dentro de semanas, ser detetado por GPS e daí analisar-se os dados obtidos de temperatura, humidade e outros indicadores.
A iniciativa no Cerval tem a parceria da recém-criada Associação de Estudantes de Engenharia Aeroespacial da UMinho e da Escola de Engenharia da UMinho. A opção pelo aeródromo de Cerveira em vez do de Braga deve-se a questões de segurança, pois está fora das principais linhas de operação aeronáutica comercial. A UMinho e o Aeroclube do Alto Minho assinaram em 2023 um protocolo para projectos neste domínio e os Municípios de Cerveira e Valença estão também disponíveis para investir na construção de um hangar para a investigação da UMinho.
O aeródromo de Cerval é considerado um dos mais importantes da Península Ibérica, com cerca de sessenta aeronaves inscritas. Tem igualmente interesse histórico, pois em 1933 o pioneiro da aviação estado-unidense Charles Lindbergh ficou sem fuel no seu hidroavião Lockheed e fez uma amaragem forçada no rio Minho, em Friestas, Valença, que foi assim projectada na imprensa mundial. Em 1997, foi erigido um monumento alusivo próximo do local.
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