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Quinta-feira, Novembro 21, 2024

Casa da Memória: dos saberes tradicionais aos nomes de família em Fevereiro

Economia

Primeiro, o ‘Remoinho’ pretende mostrar o sabor e o saber da broa tradicional; depois é rebuscar o ‘Guimarães’ enquanto nome de família.

Nesta viagem de marcha-atrás, a Casa da Memória leva-nos aos sabores da broa tradicional, cozinhada em forno a lenha e feita em casa, de alguns.

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Outrora, era com o melhor milho, do agricultor mais próximo, onde se comprava uma arroba (15kg) para uso doméstico e familiar. Também se utilizava o saber do moleiro, em cujas mós de pedra, giravam ao sabor da água do rio triturando grão a grão do milho em farinha fina ou mais grossa.

Claro que havia neste processo um sentido de celebração comunitária porque quer o lavrador quer o moleiro, viviam por perto, em cada aldeia. E enquanto se faziam estes percursos, caminhava-se… com sacos de milho ou de farinha, na cabeça.

A Casa da Memória evoca este passado rural, bucólico, de um Portugal sujeito às regras da pobreza. Porém, fá-lo na fase final do ciclo da broa: a sua confecção, ao pé da lareira, com o forno a arder ao lado, aquecendo para receber a massa de pão, levedada, salgada e com a cruz no tempo de descanso entre o amassar e depois ir ao forno.

Cada mulher, do povo, sobretudo, já as voltas a dar à broa antes de a sujeitar ao calor do forno, onde ganhava gosto e cor – porque a sua crosta era parte importante da sua beleza, protegida do chão do forno por uma folha de couve.

A tarefa de reviver este saber – de cozinhar o pão – imitando uma oficina de broa tradicional, caberá à chef Liliana e ao chef Álvaro, do restaurante Cor de Tangerina, tentando evidenciar segredos – muitos dos quais ligados à qualidade do milho e da temperatura que a lenha era capaz de dar ao forno.

Noutros tempos, o milho poderia servir para outros sabores, como o de engrossar a sopa de couves; o forno também podia ser utilizado para fazer o bolo, antes do pão, que se comia com sardinhas ou toucinho. 

Os senhores mais abastados e ricos adoram um bom assado de vitela ou cabrito no forno do pão, sabores que davam prazeres degustativos e refeições mais ricas.

A história do pão, está ligada à história dos moinhos, hoje, muitos dos quais estão abandonados à beira de quedas de água, apodrecidos pelo tempo as suas estruturas de madeira, substituídos que foram pelos fornos de metal, sobretudo de ferro.

O pão, a broa, o bolo de carne ou de sardinha são exemplos vivos do património cultural e rural, da actividade agrícola, tradições que se perdendo e se perdem porque “ao pão que o diabo amassou” falta qualquer coisa, desde a qualidade do milho, ao saber da moagem e ao gosto e amor da padeira de ocasião que o confecciona.

Jorge Miranda, do projecto Etnoideia – Desenvolvimento Rural, Molinologia e Etnoturismo, falará sobre a história dos moinhos tão presentes no nosso território e já pouco usados.

© Direitos Reservados

Guimarães nome de família

É outra evocação das memórias, de pessoas que não só naturais de Guimarães. Será uma oficina de introdução à genealogia ascendente, de 10 a 17 de Fevereiro.

A apresentação utilizará as metodologias e recursos necessários à construção de uma árvore genealógica, algo que sofreu grandes alterações nas últimas décadas, sobretudo com a introdução da digitalização dos arquivos públicos e do seu acesso através da internet, democratizando a genealogia, outrora pretensão apenas das elites. 

Uma temática que permanece com grande importância ao longo dos séculos, não só porque as origens familiares tinham uma forte função simbólica, mas também pela ajuda a legitimar pretensões individuais e familiares ou a resolver problemas legais. 

© 2024 Guimarães, agora!


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