33.1 C
Guimarães
Sexta-feira, Julho 4, 2025

Viver “com propósito” pode diminuir impacto da Dor Crónica

Economia

Investigação da Universidade de Washington e do Iscte – Instituto Universitário de Lisboa foi publicado na revista Pain Medicine. Este explora a forma como cultivar a crença numa vida com um propósito, apesar dos desafios da dor crónica, pode promover melhorias ao nível psicológico.

“A dor crónica é um problema generalizado que tem o potencial de impactar negativamente o bem-estar e a qualidade de vida”, explica Alexandra Ferreira-Valente, investigadora do Centro de Investigação e Intervenção Social do Iscte (CIS-Iscte). O estudo teve como objectivo explorar de que forma as crenças sobre ter uma vida com significado estão associadas a um melhor ajustamento em adultos com dor crónica.

A equipa de investigação realizou um questionário a uma amostra diversificada de 164 participantes com dor crónica. Avaliaram um conjunto de variáveis psicológicas, incluindo sintomas de perturbação de stress pós-traumático (PSPT), ansiedade, depressão, crenças pessoais e estratégias para lidar com a dor crónica e a sua interferência na vida quotidiana.

Os resultados indicaram que a capacidade de encontrar um sentido para a vida, mesmo no meio da adversidade, estava associada a uma menor interferência da dor e a sintomas menos graves de PSPT, ansiedade e depressão. Isto reforça a ideia de que a promoção de um sentido de propósito é fundamental para o bem-estar emocional de uma pessoa, apesar das adversidades. As intervenções psicológicas fenomenológicas existenciais que se centram no significado e no sentido de objectivo, juntamente com os tratamentos físicos, podem ser um instrumento poderoso para este fim.

“Apesar da dor, apresentaram melhores níveis de funcionamento e resiliência.”

“Os nossos resultados revelaram que as pessoas que mantiveram uma forte crença na sua capacidade de viver com significado, apesar da dor, apresentaram melhores níveis de funcionamento e resiliência”, explica Alexandra Ferreira-Valente. Segundo a investigadora, este resultado sugere que as crenças e atitudes pessoais podem servir como factores críticos na gestão do impacto psicológico da doença crónica.

“É necessária uma abordagem multidisciplinar nos serviços de saúde para a dor crónica.”

Entre as implicações mais abrangentes do estudo, a equipa de investigação salienta a necessidade de integrar a resiliência psicológica e a criação de significado nos planos de tratamento da dor crónica. Isto porque, segundo o estudo, a compreensão de que é possível ter uma vida com significado apesar da dor e o reforço do sentido de propósito de uma pessoa pode levar a melhores abordagens terapêuticas. “Para isso, é necessária uma abordagem multidisciplinar nos serviços de saúde para a dor crónica”, conclui Alexandra Ferreira-Valente.

A equipa de investigação, constituída por David E. Reed II (Universidade de Washington; VA Puget Sound Health Care), Melissa A. Day (Universidade de Washington; Universidade de Queensland), Alexandra Ferreira-Valente (CIS-Iscte) e Mark P. Jensen (Universidade de Washington), deixa ainda a sugestão de que estudos futuros se devem centrar na exploração das relações causais entre os sistemas de crenças e os impactos na saúde.

Pedro Simão Mendes (Comunicação de Ciência – CIS-Iscte).

© APImprensa

© 2025 Guimarães, agora!


Partilhe a sua opinião nos comentários em baixo!

Siga-nos no FacebookTwitter e Instagram!
Quer falar connosco? Envie um email para geral@guimaraesagora.pt.

PUBLICIDADE • CONTINUE A LER

Notícias Relacionadas

PUBLICIDADE • CONTINUE A LER

Últimas Notícias