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Sexta-feira, Abril 26, 2024
José Eduardo Guimarães
José Eduardo Guimarães
Da imprensa local (Notícias de Guimarães, Toural e Expresso do Ave), à regional (Correio do Minho), da desportiva (Off-Side, O Jogo) à nacional (Público, ANOP e Lusa), do jornal à agência, sempre com a mesma vontade de contar histórias, ouvir pessoas, escrever e fotografar, numa paixão infindável pelo jornalismo, de qualidade (que dá mais trabalho), eis o resultado de um percurso também como director mas sempre com o mesmo espírito de jornalista… 30 anos de jornalismo que falam por si!

Conectados, iguais, pequeninos e humanos!

A pandemia provocada pelo COVID19 foi um autêntico soco na nossa condição humana, impulsionado com tanta força e violência como aqueles que Cassius Clay desferia nos seus adversários, nos combates de boxe que disputou. Todos nós trememos, de medo, de inquietude, na condição de presos em liberdade, a que fomos submetidos à força. E condenados sabe-se lá se pela natureza ou por um erro humano, num qualquer laboratório científico, onde se trabalha para abater homens e mulheres, num passivo populacional, quando a ciência devia estar, antes, ao serviço da humanidade.

Todos os dias, ao olhar ao espelho, quando lavávamos a face, o que reflectia-mos era uma sensação de desespero, de incredulidade, de impotência. E a nossa imagem no espelho apenas nos queria dizer, afinal, quanto vivemos conectados neste mundo, quanto somos todos iguais e pequeninos e que tínhamos desleixado a condição de humanos, em detrimento de valores inócuos, de falta de solidariedade, de riqueza mal repartida e outros erros que tais.

Fomos submetidos a um esforço de introspecção – forçado – mas que pode ser benéfico se esta paragem no tempo e na vida, nos trouxer de novo a capa de humanidade que havíamos despido, por ganância e dinheiro, por querer vencer a todo o custo, numa competição frenética que nos tirava a vida, os amigos, a decência, o orgulho e nos colocava num avião qualquer, em velocidade supersónica, rumo ao abismo. Afinal, o COVID19 apenas teve o mérito de nos travar, no nosso ímpeto de animal brutal que nos faz esquecer quanto somos bons e humanos.

Sim, essa igualdade cidadã, essa vontade de viver a vida sem fugir do trabalho mas apenas da correria louca que a sociedade nos impele a tomar sempre o meio de transporte mais rápido, esquecendo-nos facilmente de que também podemos chegar ao mesmo fim e ao mesmo destino por outras vias, meios e sem calcar ou maltratar o nosso irmão – humano – com que vivemos, que vive cá, como nós, independentemente da sua longitude ou latitude, neste hemisfério tão mal tratado na sua essência e no seu íntimo. Confrontamos a natureza, agredimo-la, e ela deu-nos respostas, com os acidentes naturais que nos acontecem; não nos saciamos com a cobiça da devastação de florestas, com a poluição de rios. E o ambiente transtorna-se e rasga as suas regras e leis, desfazendo o que construímos mal.

“Poucos admitiam que a globalização que nós portugueses iniciamos traria também consequências nefastas…”

Poucos admitiam que a globalização que nós portugueses iniciamos – com o nosso pioneirismo marítimo, dando novos mundos ao mundo – traria também consequências nefastas, por nos colocar numa corrida, qual competição desenfreada, na busca do melhor só para nós, Afinal, o vírus, mostrou-nos que estamos todos próximos, conectados pelas tecnologias, ligados pela condição de humanos e que para além da nacionalidade, da língua que falamos, da cor da nossa pele, estamos condenados a viver juntos, todos!

© 2020 Guimarães, agora!

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