Combate à iliteracia digital também passa por aqui
Depois do “Aqui Nasceu Portugal” que figura na muralha, também se pode dizer que “Aqui Nasceu o Portugal+” da Altice que vai andar pelo país no combate à iliteracia digital.
Guimarães foi a cidade escolhida pela Altice para iniciar um “tour” nacional apresentando um programa que mostra as suas soluções tecnológicas num camião TIR. É mais um sinal de proximidade do grupo para com os portugueses-clientes das dos seu produtos de telecomunicações.
Alexandre Fonseca, presidente do grupo e da Fundação Altice, em Portugal, destacou os pergaminhos de capital da Nação, de cidade europeia de cultura, de cidade património mundial, para dar início à apresentação de um projecto que pretende abarcar as áreas da educação, da cultura, do empreendedorismo e da inclusão digital.
O objectivo é claro: tornar Portugal mais ambicioso e mais digital e inclusivo. E tudo tem de começar na educação, “pilar chave do desenvolvimento de qualquer sociedade” para depois utilizar ferramentas e o modo de fazer digital, a realidade dos nossos dias e do nosso quotidiano.
Sabendo-se que Portugal “é um país desigual e assimétrico”, muito por ter quase meio milhão de analfabetos, a verdade é que este mesmo país é visto, aos olhos do mundo, como um país pequeno mas “capaz de colocar nas bolsas mundiais um unicórnio de três empresas com volumes de negocio acima dos mil milhões de euros; o mesmo país que exporta engenheiros altamente qualificados para os gigantes da tecnologia mundial, o mesmo país que também consegue ser líder no panorama das telecomunicações e da tecnologia, o tal país onde há ainda 25% de cidadãos que não conhecem a tecnologia nem os seus benefícios.”
Nesta realidade, a Altice Portugal e a sua fundação, “quer combater a iliteracia digital, desbravando o caminho que impede os cidadãos do interior e os mais idosos” de aceder ao mundo digital. “São estes que têm estado arredados e afastados da revolução tecnológica que há muito já anda por aí” – como sublinha o presidente do gigante português das telecomunicações, abrindo caminho para desbravar o flagelo da iliteracia digital. E promover a inclusão, no mundo da tecnologia, dos incapacitados, dos jovens.
Em boa verdade, a Fundação Altice não esquece que com esta aposta em soluções de alta tecnologia, também quer promover a cultura e a língua portuguesas, ajudando a expansão de empresas nacionais no mundo; ajudando os jovens no sucesso escolar e combatendo a fuga e o insucesso escolar.
“O Portugal digital é um desafio de hoje e não de amanhã” – vaticina Alexandre Fonseca que lembra e cita um estudo da Unicef que diz que diz que um terço dos utilizadores da internet são crianças. Mas apesar disso “há ainda milhões de crianças que ficam arredadas desta transformação e desta revolução digital” e que estão longe das redes e da tecnologia e que não acedem ao mundo digital.
O Portugal+ quer, por isso, criar laços, aproximar as pessoas das soluções, criar parcerias com instituições públicas e privadas. De modo a garantir a plenitude da integração e inclusão digital.
No camião da Altice, qual autocarro do digital, há quadros digitais para ver, sentir a realidade aumentada e virtual, a modulação em 3D, a comunicação em voz natural, tudo isso à distância de um click.
Este é um dos contributos do grupo para tornar Portugal mais digital, porque outra é espalhar redes de fibra óptica, pelo ar ou em subterrâneos, de modo a que em qualquer lugar se utilize a internet, qual fonte de comunicação dos nossos dias.
“Temos de passar os sonhos aos mais jovens” – Domingos Bragança destaca vantagens das plataformas tecnológicas
O presidente da Câmara Municipal, Domingos Bragança, não resistiu a sustentar que o “Portugal+” apresentado pela Altice, foi inspirado pela gesta de D. Afonso Henriques, pelo ideário dos vimaranenses que estiveram na base na sua proclamação como Rei e na também improvável fundação de Portugal.
O autarca socorreu-se da história mais longínqua de Portugal e de Guimarães – da fundação da nacionalidade – para sustentar que também o “Portugal+” começa aqui, depois de trilhados outros caminhos. Com o mesmo desígnio de combate às desigualdades, de apoiar os mais vulneráveis, numa sociedade que discrimina apesar de “termos de olhar uns para os outros”.
E às vantagens deste projecto da Altice – de apoiar os seniores e os jovens, Domingos Bragança defendeu que o caminho contra as desigualdades passa pelo “respeito da singularidade de todos e de cada um dos cidadãos“, que tem “individualidade própria” e que necessitam mesmo de “uma sociedade inclusiva, educadora, culta e onde as oportunidades surjam para todos”.
E situou Guimarães no fazer bem na educação – um dos pilares da acção municipal – na cultura – que afirma a cidade e rasga horizontes, áreas que “nos dão um outro modo de sentir, outro entusiasmo, que fazem que coisas improváveis também aconteçam por aqui”.
Agora, com o “Portugal+” à vista, o presidente da Câmara louvou a Altice por “ter construído plataformas para a educação e cultura e de apoio aos mais vulneráveis – seniores – e para os jovens”, todos com o propósito múltiplo de educar e formar, de contribuírem para a inclusão digital, em tempo de revolução tecnológica e digital e de capacitação permanente dos cidadãos. Abre-se a caixa não de Pandora mas do conhecimento, da literacia digital, um mundo de oportunidades, com ferramentas inovadoras, que combate também o isolamento dos mais distantes e dos mais vulneráveis.
Sublinhou que “este sonho”, tal como outros, “se passados para os mais jovens…. eles agarram o sonho e realizam-no”. E acredita que o sonho do “Portugal+” cujas vantagens já enalteceu terá êxito no país porque partilha “do desejo de nos ajudar-mos uns aos outros”.
“Estamos a contribuir para uma melhor qualidade de vida das pessoas mais vulneráveis” – Presidente do grupo Altice em entrevista ao nosso jornal
A Fundação Altice tem vindo a encontrar soluções tecnológicas para a inclusão digital de jovens e seniores, convocando para este desafio a ciência, a inteligência e engenharia portuguesas. E protagoniza uma revolução digital no campo social e da educação, com soluções tecnológicas inovadoras.
GA! – Porquê escolher Guimarães para o lançamento do Portugal+?
AF – Porque é um programa nacional que a Altice vai levar a cidades, vila e aldeias, deste país. E faz todo o sentido que comece na cidade onde se fundou a nacionalidade. Guimarães é o berço da portugalidade, é cidade património da humanidade, foi e é cidade capital europeia da cultura e reunia aqui um conjunto de atributos fundamentais para ser o berço deste nosso projecto que se quer alongado por Portugal, de norte a sul.
GA! – E porquê este mostrar o Portugal+ pelo país?
AF – Por todo o país pelo porque na estratégia da Altice Portugal, a proximidade às pessoas e ao território tem sido fundamental. Nós temos levado, não apenas a nossa tecnologia, mas a nossa presença física a todo o país, de norte a sul, com as nossas redes de fibra óptica, portanto este é um projecto que pelo seu alcance fazia sentido percorrer Portugal e não apenas os grandes centros urbanos. Começamos numa grande cidade que é Guimarães mas vamos estar no interior do país em localidades bem mais pequenas e esse é também o objectivo deste “tour e deste camião” de estar presente junto de todas as populações e de todos os portugueses.
GA! – O desafio e potencialidades das tecnologias de apoio à inclusão é enorme?
AF – É enorme, de facto, porque uma das soluções e do conjunto de soluções que vamos mostrar neste camião é precisamente um conjunto de tecnologias que permitem a um conjunto de pessoas que tem necessidades especiais, pessoas cegas, com dificuldades auditivas e cognitivas poderem utilizar também a tecnologia e com isso ter uma vida mais normal. Uma das áreas em que a Fundação Altice tem apostado é na tecnologia que permite que as pessoas com necessidades especiais tenham uma vida melhor e é nisso que acreditamos que a tecnologia pode ajudar esse tipo de pessoas a desfrutar de um conjunto de oportunidades que doutra forma e sem tecnologia lhes estariam vedados.
GA! – Que resultados são esperados pela Altice sobre o Portugal+?
AF – O principal é o que está subjacente ao objectivo: levar e mostrar a tecnologia e contribuir para a inclusão digital de todo o país. Se no final destes quase dois anos, podermos ter tocado algumas dezenas de milhar de pessoas e ter contribuído para que essas pessoas tenham conhecimento mais profundo e mais adequado da tecnologia, despertar o interesse dos jovens na tecnologia, melhorar nível de conhecimento dos seniores no que toca à utilização da internet, podermos levar pessoas que tem necessidades especiais a descobrir o mundo (novo) através da tecnologia… são estes os grandes resultados que nós queremos com este “tour”. Espero fazer um balanço muito positivo sobre esta iniciativa e esta mostra ambulante de como a tecnologia também tem um fim social em si mesma.
GA! – Há números sobre o número de pessoas que beneficia das soluções tecnológicas de comunicação?
AF – Sim, temos um conjunto de programas que desenvolvemos com instituições públicas e privadas de solidariedade social e já há milhares de pessoas que utilizam as nossas soluções, quer as soluções especiais mas também outros programas como o “Khan Academy” que permite digitalizar todo o processo educativo. No programa tele-assistência há mais de 2500 beneficiários, destacando os apoios nas zonas rurais da Madeira e dos Açores. Também com o programa Apoiar temos bons resultados contribuindo para o envelhecimento activo das populações.
GA! – E sabe se a sua qualidade de vida melhorou?
AF – As nossas soluções tecnológicas de comunicação estão a mudar vidas e têm já um contributo na inclusão social e no bem-estar dos cidadãos que as utilizam, não apenas ajudando no envelhecimento activo, mesmo aqueles que estão numa situação de vulnerabilidade, como apostando forte na inclusão digital. O combate ao isolamento e a capacitação sénior tem bons resultados no programa de tele-assistência, com a colaboração de Municípios, Misericórdias, Bombeiros e outras IPSS.
GA! – E sobre o Portugal+ que universo procuram cobrir?
AF – O “tour” do Portugal + contempla uma estadia de três dias em cada localidade, durante dois anos, estaremos a falar de quase uma centena de sítios onde vamos estar, eu diria que facilmente atingiremos umas dezenas de milhar de pessoas que irão ver o que temos para mostrar neste conjunto de soluções tecnológicas.
GA! – As soluções encontradas para pessoas com limitações e incapacidades são pioneiras e são as que se conhecem ou haverá outras mais de modo a servir mais incapacitados ou deficientes?
AF – Sim algumas são pioneiras e muito portuguesas, outras não. O “magic eye” que permite a pessoas tetraplégicas conseguirem controlar o computador apenas com os seus olhos. É um trabalho que temos vindo a fazer com o Instituto Politécnico da Guarda e com os institutos da Beira Interior. É uma tecnologia quase única que temos vindo a desenvolver em Portugal, e, portanto, é um exemplo de como a engenharia portuguesa constrói soluções que são pioneiras a nível mundial.
GA! – Esta responsabilidade social da Fundação Altice esgota-se aqui ou haverá mais iniciativas a desenvolver de modo a que a comunicação seja de facto igual a inclusão?
AF – Não, de maneira nenhuma a Fundação tem já 16 anos de história, é uma aposta clara que esta nova equipa de gestão, há dois anos quisemos dar um segundo fôlego. Eu próprio fiz questão de assumir além da presidência do grupo Altice também a presidência da Fundação exactamente para mostrar a importância que este trabalho tem, um trabalho de apoio nas áreas da educação, da saúde, da arte e da cultura, do empreendedorismo, e das soluções especiais, são áreas que vamos continuar a desenvolver. O Portugal+ é apenas uma das ferramentas, que contempla várias soluções que temos e vamos continuar a lançar.
GA! – A Altice tem alguma cooperação com alguma instituição de Guimarães ligada a deficientes ou incapacitados?
AF – Temos vários protocolos com várias instituições, desde Santas Casas da Misericórdia, em vários locais do país, ATL’s, centros de dia e terceira idade, um pouco por todo o país não gostaria de personalizar mas também em Guimarães gostaríamos de ter um conjunto de iniciativas e parcerias.
GA! – Por exemplo, há alguma escola que possa ser contemplada com tecnologias de apoio tipo GRID 3, PC Eye mini ou Magic contact?
AF – Nós temos vindo, no caso das escolas a aceitar desafios que nos coloquem. Temos já um projecto piloto na região Oeste, com 800 alunos, implementamos a solução “Khan Academy”. Tem tido enormes resultados no que toca ao sucesso escolar bem como à redução do abandono escolar e estamos disponíveis para ser desafiados por outros agrupamentos de escolas para levarmos o “Khan Academy” a outros locais e escolas.
GA! – Ao desenvolver estas soluções, a Altice organizou programas de formação avançada para professores e alunos. De que modo será utilizada esta formação e esse saber?
AF – É fundamental porque quando falamos de Educação pensamos apenas nos alunos. Mas é importante perceber que o processo educativo e a comunidade educativa não se esgota nos alunos. Os professores, os auxiliares de acção educativa, os pais devem também ser envolvidos, todos fazem parte. A tecnologia é uma forma de aproximar e de trazer todos estes agentes educativos para o processo educativo e acreditamos que a digitalização do processo educativo, contribui de forma decisiva também não só para o sucesso dos alunos mas para uma maior e melhor inclusão dos professores, dos pais, e dos auxiliares educativos em todo o processo.
GA! – O que diria se fosse proposto ou pedido a criação de um núcleo da Fundação nesta cidade, igual aos 254 que existem pelo país?
AF – Nós trabalhamos em todo o país, a Altice é o mais nacional de todos os operadores presentes em Portugal e a Fundação sendo o nosso braço para a componente de responsabilidade social está também por inerência presente em todo o país. No âmbito da responsabilidade social vamos a todos os locais que nos desafiem. Estamos hoje em Guimarães, voltaremos a Guimarães sempre que faça sentido o nosso apoio. Nós rapidamente trazemos a nossa tecnologia e os novos programas a todo o país.
GA! – A Fundação Altice tem activado antigas cabines telefónicas requalificando-as. Entende que num cidade histórica como Guimarães podiam animar o seu espaço urbano?
AF – Será, por certo, algo que podemos ver com o Município.
GA! – Na cultura, a Fundação como detentora e curadora de colecções de arte contemporânea, tem-se aberto a escolas do ensino básico. Convidaria as escolas de Guimarães a fazê-lo?
AF – Sim, a componente da cultura para nós tem sido muito importante porque nós temos um dos maiores espólios do nosso país e entre eles a colecção de arte contemporânea e que nós decidimos trazer ao público em geral e que nós aqui ao lado, em Vieira do Minho, temos uma exposição a decorrer exactamente num concelho pequeno, de baixa densidade populacional para permitir às pessoas que lá residem terem, em muitos casos, pela primeira vez, um contacto com a cultura. Essas exposições são montadas nos paços do concelho, em galerias municipais e estamos disponíveis para trazer a qualquer local do país.
GA! – E poderia ceder essas colecção aos museus locais?
AF – Absolutamente, estamos a trabalhar com vários Municípios, neste momento que nos têm desafiado para fazer exposições nos espaços do concelho ou em galerias ou museus temos já vários pedidos e certamente que Guimarães tendo sido há bem pouco tempo capital europeia da cultura, com o reconhecido mérito que esta autarquia tem tido no panorama nacional certamente é também uma das áreas que não deixaremos escapar de fazer um trabalho conjunto na área da cultura e no caso particular com a nossa colecção de arte contemporânea.
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