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Quinta-feira, Abril 18, 2024
Miguel Leite
Miguel Leite
Natural de Guimarães, fisioterapeuta licenciado, com mais de 10 anos de experiência profissional, tendo já tido várias experiências profissionais (meio hospitalar, clínica, ensino especial em escolas e meio desportivo/desporto de alta competição). É também pós graduado em fisiologia do exercício e fisioterapia cardiorrespiratória. Têm outras formações complementares relacionadas com a sua profissão. Faz parte dos Bombeiros Voluntários de Guimarães, pertencendo desta forma ao atual corpo ativo da corporação vimaranense.

Uma mão cheia de nada

O mês de Setembro é uma altura do ano que marca o início da vida para milhares de jovens, que nas suas diferentes idades iniciam uma nova fase no seu percurso como alunos.

É certo que as perspetivas são diferentes para todos, se uns iniciam aquilo que é o primeiro dia de escola, outros iniciam o que será o futuro do seu percurso profissional a curto prazo, com a experiência universitária ou através de um curso técnico especializado.

Todas as etapas são marcas únicas na vida de qualquer aluno e consequentemente das suas famílias, que o que mais desejam é o bem dos mesmos.

Se por um lado as ansiedades e receios estão presentes em qualquer que seja a escolha, do lado oposto temos os medos dos pais pelo que será o futuro dos seus filhos numa realidade mundial cada vez mais incerta.

Mas será que todo o sacrifício económico dos pais valerá a pena, durante um percurso de mais de 15 anos de dedicação à formação dos filhos num país em que a contratação precária e com ênfase à prática dos recibos verdes é uma realidade de espelho?

Se até à bem pouco tempo um curso designado de superior era reflexo de uma mais valia na busca do 1º emprego e significava estabilidade a curto, médio e longo prazo, agora é sinal de trabalho noutras áreas que não a de formação base e emigração para evitar o desemprego.

O ensino técnico/profissional irá superar a via universitária para dar resposta às profissões que se evaporam no tempo?

Tanto investimento e sacrifícios diário das famílias para realizar os sonhos dos seus queridos filhos para acabarem de malas feitas e passaporte na mão.

Essa má gestão dos recursos humanos representa-se numa população cada vez mais envelhecida.

Ao contrário de outros países europeus, Portugal carece de uma boa instrumentalização dos seus ativos e essa má gestão dos recursos humanos representa-se numa população cada vez mais envelhecida que assiste a uma debandada dos seus jovens perante a sua pátria que nada faz para os manter em solo nacional.

A formação superior é fundamental, mas não garante vínculo laboral a ninguém, porém as instituições formadoras vendem tal facto como garantido, um erro que alicia os sonhos de muitos no presente e camufla a realidade atual.

É fundamental seguirmos algo que se identifica com cada um de nós, no entanto, é preciso procurar a informação fidedigna relativa à realidade nacional, isto se pretendemos ficar por cá.

Atualmente, a maioria do mercado de trabalho visa o aproveitamento sobre aquele que o que quer é exercer segunda as suas qualificações, e em que muitas vezes o administrador apenas alimenta a sua veia de puro gestor, colocando em segundo ou terceiro plano as qualidades humanas dos seus súbditos.

Obviamente que as exceções existem, mas até essas parecem levar o rumo da extinção.

Um qualquer trabalhador com condições laborais adequadas auto motiva-se muito mais para o desempenho das suas funções, facto mais do que comprovado e escrutinado.

Num futuro próximo o sistema de ensino terá que mudar para potenciar o rumo laboral do nosso país e para que seja possível manter os nossos jovens felizes e realizados cá. As entidades empregadoras terão de ser estruturadas e consequentemente apoiadas para estimular as qualificações e as folhas salariais dos seus funcionários.

A árvore da aprendizagem continua a ser dos valores mais nobres que todos deviam ter a oportunidade de usufruir, pois a busca pelo conhecimento alimenta a nossa estadia em vida, no entanto, a dedicação de anos aos livros e toda a envolvência familiar e suporte financeiro que só alguns acabam por ter direito, muitas vezes acaba numa mão cheia de nada, quando a realidade é voar para o incerto na esperança de um dia voltar para as raízes.

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