É verdade que já foi divulgado há pouco mais de duas semanas, pelo Primeiro Ministro António Costa, o plano de desconfinamento nacional, e hoje pretendo falar-vos sobre este envolvente e relevante tema.
Relativamente ao dito plano, há muito de que falar. Se por um lado, o governo demonstrou, finalmente, alguma prudência ao procurar desconfinar de forma ponderada, através de um lento e faseado regresso à normalidade, por outro lado existem vários pontos com os quais não estou de acordo.
Entre eles, exteriorizo com maior foco o facto de o setor da educação não ter sido, uma vez mais, bem gerido. Dentro dos países Europeus, Portugal foi um dos que teve o setor da educação em situação precária durante um maior período de tempo. Aliás, em 2021 as escolas portuguesas estiveram encerradas 55 dias, mais do que qualquer outro país europeu, sendo que na maioria nenhum deles encerrou as escolas na totalidade.
Neste lado do espectro temos o excelente exemplo de como o Reino Unido geriu esta situação. Não foram encerradas as creches, e foi permitido aos estudantes desfavorecidos, com necessidades especiais e filhos de trabalhadores de serviços essenciais, cerca de 19% do número total de estudantes do país, manter o regime de ensino presencial. Em Portugal, a fasquia ficou-se pelos 1,6%.
Passado todo este tempo, e depois de várias promessas alusivas a este setor, como por exemplo a atribuição de computadores e tablets que não chegou a ser completa, nem lá perto ficou, o Governo português demonstrou que afinal atribui alguma importância ao papel que as escolas conservam na nossa sociedade, ao conferir o direito à vacinação aos tão necessários professores, já com início no final do mês de março. Contudo, ainda é necessário melhorar a estratégia de vacinação e rastreamento, bem como aprimorar o método de testagem.
É admissível considerar que este plano é efetivamente cauteloso, até porque acredito que houvesse um grande receio político em virtude do que se passou no natal, sendo desta forma possível o Governo gerir diariamente e com bastante flexibilidade quer de recuo ou de avanço, a resposta à pandemia derivada do vírus da Covid-19.
Por muito que o plano seja minimamente adequado, se cada um de nós não contribuir para o bom funcionamento e cumprimento das regras impostas, de nada servirá o esforço por alguns efetuado. Portanto deixo-te uma pergunta: tens cumprido o teu papel durante este desconfinamento?
Aquando da divulgação do plano de desconfinamento, o primeiro ministro fez-se valer de um quadrado às cores com uma cruz móvel, que resulta da combinação de dois indicadores epidemiológicos: incidência e Rt. O próprio fez uma analogia, comparando esse quadrado com o boletim meteorológico, visto que podíamos acompanhar a atualização do quadrado diariamente e caso a evolução não seja a desejada, adotar comportamentos de maior rigor (levar o guarda chuva). É certo que ainda agora entramos na primavera, mas anseio que os próximos tempos sejam de Verão.
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