A abertura do ano letivo com aulas presenciais, num contexto de pandemia, previa-se complicado e exigia por parte dos órgãos competentes, que fossem estabelecidas regras e planos bem definidos, que dessem um sentido de orientação às escolas e um sentimento de confiança e segurança a todos, em particular aos Pais.
Em vez disso assistimos nas escolas a muitas dúvidas e poucas respostas, que não permitem tranquilizar e aumentam o receio da retoma às aulas presenciais.
Desde logo, a questão do conhecimento da situação epidemiológica e o rastreio de professores e auxiliares. A classe docente está, como é conhecido, envelhecida e, segundo os dados obtidos, dentro de faixas etárias com situações mais difíceis. Entendemos que quanto maior for o rastreio desta população escolar, de forma mais precoce se podem tomar medidas preventivas e impedir a transmissão comunitária do vírus, tal como já se efetua em diversas partes do Mundo.
Acresce, que a maioria das escolas não têm condições que permitam respeitar as medidas de prevenção aconselhadas pela DGS. Por exemplo, na questão do distanciamento, dentro da sala de aula, onde os alunos vão passar ainda mais tempo do que antes, não há garantia de segurança quer dos alunos quer dos professores, se não cumprirem o metro e meio a dois metros de distanciamento conforme aconselhado pela DGS. Há professores, funcionários e alunos de risco, que não estão contemplados com medidas excecionais de prevenção.
Ainda as alterações de rotina, seja no uso de cantina, bibliotecas, alojamentos e o transporte escolar implicam uma vigilância contínua e uma avaliação contínua que não aparenta estar avaliada. É normal o convívio em espaços comuns e, estes, igualmente devem cumprir todas as exigências impostas pela DGS. Muita formação e informação que surge de forma avulsa, pouco coerente e profundamente dispersa.
Será certo que surgirão casos de COVID-19 nas Escolas, mas a diferença será na forma de agir e prevenir. Certamente que ninguém pretende retomar para poucos dias depois, iniciar períodos de quarentena que alteram toda a vida familiar, tanto no ponto de vista económico como no da saúde, seja física ou mental.
Como forma de evitar o encerramento das escolas algumas poucas semanas após a sua abertura, mais informação, formação e a adoção de medidas de maior controlo, logo na abertura do ano letivo, é determinante para este combate a uma pandemia que, infelizmente, tão cedo não nos liberta.
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