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Sexta-feira, Abril 26, 2024
Álvaro Oliveira
Álvaro Oliveira
Sou alguém que escreve por gostar de escrever. Quem escreve não pode censurar o que cria e não pode pensar que alguém o fará. Mesmo que o pense não pode deixar que esse limite o condicione. Senão: Nada feito. Como dizia Alves Redol “A diferença entre um escritor e um aprendiz, ou um medíocre, é que naquele nunca a paixão se faz retórica.” Sou alguém que gosta de descobrir e gosta de se descobrir. E pensar. E refletir. E escrever aquilo que penso e aquilo que reflito.

Educação política

Atualmente existe uma disciplina no ensino básico que se chama de Educação e Cidadania. Aqui os alunos dos 5º ao 9º ano aprendem sobre ecologia e a sensibilidade ao meio ambiente, práticas comportamentais tão diversificadas como bullying, o respeito pela religião e etnia de cada um, respeito pelas pessoas com mobilidade reduzida, bem como, orientação sexual, e outras atualidades do quotidiano que rodeiam o meio ambiente em que se vive.

A disciplina em questão é bastante interessante pois faz falta que a nossa juventude tenha visões e perspetivas tão diferenciadas do Mundo em que vivemos.

Contudo, na minha modesta opinião esta disciplina poderia ser mais abrangente e debater temas como Política e Economia.

Hoje em dia, a nossa juventude está completamente alheia ao fenómeno político e não é sequer incentivada a explorar esta área em todas as suas facetas, nomeadamente, a importância do voto, o valor da democracia e as suas fragilidades.

Há dias, a propósito do 25 de Abril, uma televisão andou a fazer entrevistas de rua e a perguntar aos jovens o que é que se sabiam sobre o que significava aquela data, bem como, sobre algumas figuras da revolução dos cravos e, se o resultado desse inquérito não fosse tão triste, certamente entrava nos livros do anedotário nacional.

À pergunta, “que data se comemora no 25 de Abril?”, as respostas são tão díspares como a óbvia “não faço ideia!” até a que “foi a queda da monarquia” ou “foi quando Salazar foi para o Governo”.

O disparate é tanto que até qualquer fervoroso lutador pelos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos se põe a pensar: “e esta gente vota…”

Pois vota, claro que vota e tem o direito de votar, e o seu voto é igual a todos os outros

Hoje em dia há uma autêntica iletracia em tudo em que envolve o fenómeno político. Saber quais são os poderes dos órgãos de soberania, em que consiste o projeto europeu e a sua importância, entre todos os outros aspetos, nomeadamente, da importância da política no nosso dia-a-dia.

A consciencialização do valor do voto de cada um é muito importante. A falta de consciência popular, os problemas sociais causados em função da má escolha e de representantes sem qualquer preparação no poder, as fragilidades da democracia, os populismos, são temas que deviam estar na ordem do dia e serem debatidos.

Como se deve ensinar que, ao longo dos anos diversas mudanças ocorreram em relação ao direito ao voto. Entre elas, por meio de revoltas e muita luta por parte do povo, o sufrágio passou a integrar o direito subjetivo de praticamente todos.

Entretanto, com o tempo, a política foi banalizada, as pessoas orgulham-se em dizer: “Não gosto de política”, os cidadãos não dão valor ao poder que possuem nas suas mãos, o poder de decidir o futuro de seu país, por meio do voto, da participação popular nas decisões importantes, não entendendo o verdadeiro valor desse instrumento jurídico de caráter público.

Pelo que é imperativo que, ao invés de se preocuparem unicamente em conectar os nossos jovens à Internet, deve-se incentivar que se conectem com a política.

© 2019 Guimarães, agora!

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