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Sexta-feira, Abril 26, 2024
Alberto Martins
Alberto Martins
Alberto Martins, 41 anos é empresário e licenciado em gestão. Actualmente é ainda presidente da junta de freguesia da Vila de São Torcato desde 2017, tendo já sido tesoureiro desde 2005 até 2017. Trabalhou e colaborou com diversas empresas, de onde se destaca a empresa Coming Future e a empresa JF Economista Internacionais.

COP 26 – a última oportunidade!

Durante as últimas três décadas, as Nações Unidas tem tentado reunir quase todos os países do mundo em cimeiras globais acerca do clima, às quais se deram o nome de COP (‘Conference Of the Parties’ em inglês, o que significa conferência das partes). Contudo, nestes últimos anos temos assistido a uma evolução galopante das alterações climáticas, o que fez com que este problema deixasse de ser marginal e passasse a ser fundamental para o futuro da humanidade.

Neste momento a ONU realiza a 26ª cimeira anual, com o nome de COP26, em Glasgow, no Reino Unido. Líderes mundiais, milhares de negociadores, representantes de governos, da indústria e dos cidadãos irão estar reunidos durante doze dias para discutir medidas a serem implementadas para manter o aquecimento global médio abaixo dos 1,5ºc.

Nesta reunião os principais objetivos atingir são:

  1. Assegurar a neutralidade carbónica global até meados do século XXI e manter o aumento da temperatura média abaixo dos 1,5ºc
  2. Assegurar a adaptação para proteger comunidades e habitats naturais
  3. Assegurar a mobilização do financiamento
  4. Cooperação para enfrentar os desafios da crise climática

Estamos perante decisões fundamentais para o futuro da humanidade. Esta será por certo uma das últimas oportunidades de invertemos o ciclo que nos encontramos, com o aumento global das temperaturas a provocar cada vez mais desequilíbrios estruturais no clima. Diariamente assistimos ao poder destruidor da natureza, desencadeado pelas alterações climáticas, resultando em prejuízos humanos e materiais incalculáveis.

Outros ainda mais devastadores se seguirão, como o aumento imparável do nível das águas do mar, engolindo literalmente nações (como é o caso por ex: do paraíso das ilhas maldivas). A última década foi a mais quente alguma vez registada, os recordes de temperaturas são batidos quase todos os anos e quase todos os meses, em quase todos os cantos do planeta.

É este o desafio que temos pela frente, atingir o mais rapidamente possível a neutralidade carbónica, assegurar a real adaptação de comunidades e habitats e procurar soluções comuns para enfrentar este desafio hercúleo.

As grandes nações são duplamente responsáveis, em 1º lugar porque são as maiores poluidoras e as que mais contribuem para as alterações climáticas e em 2º lugar porque são quem tem a capacidade financeira para esta readaptação e auxiliar os países mais pobres a conseguirem fazer a transição necessária, sem que com isso provoquem ainda mais problemas nas já fragilizadas populações.

As retóricas usadas pelos principais líderes mundiais, no 1º dia da cimeira, não auguram boas novas para o mundo. Um conjunto de frases feitas, sem consequências práticas e sem responsabilização, não permitirá cumprir as metas que o planeta exige. Nem a presença do Presidente dos EUA, que inverteu a narrativa negacionista de Donal Trump, é suficiente para aumentar as expectativas. A ausência dos líderes da China e da Rússia, revelam em si a fragmentação evidente que o mundo vive por estes dias, mais focados em jogos de poder e no reforço das economias, do que em salvar um planeta já moribundo.

Os resultados de anos de agressão ao planeta são por demais evidentes, com um clima cada vez mais severo.

Urge juntar esforços, concertar metas e por mãos ao trabalho. Os resultados de anos de agressão ao planeta são por demais evidentes, com um clima cada vez mais severo, com países a correr o risco de desaparecer pela subida das águas do mar e um fosso cada vez maior entre o mundo desenvolvido e o chamado 3º mundo.

A pandemia por covid-19 veio clarificar ao mundo a urgência de mudança. Mudança de rumo e de comportamentos individuais, que permitam a sustentabilidade do nosso planeta. O equilíbrio e o bom censo, como em tudo na vida, são fundamentais para chegarmos a bom porto, sabendo de antemão que a hesitação ou o retrocesso nas medidas de descarbonização e de sustentabilidade ambiental, terão consequências devastadoras num futuro próximo para toda a humanidade.

Amanha será tarde demais, não existe planeta B, não existirá outra oportunidade.

© 2021 Guimarães, agora!


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