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Sexta-feira, Abril 26, 2024
Vítor Oliveira
Vítor Oliveira
Tem 40 anos e atualmente é Chefe de Gabinete do Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, depois de ter exercido funções de Adjunto entre 2013 e 2017. Licenciado em Comunicação e Pós-Graduado em Economia Social, foi seis anos Docente Assistente Convidado no Instituto Superior de Línguas e Administração (ISLA) e Diretor Executivo do CyberCentro de Guimarães durante onze anos. Entre 1996 e 2002, trabalhou como jornalista na Empresa Gráfica do Jornal “O Comércio de Guimarães” – GUIMAPRESS e no portal “Diário Digital”.

Amor é fogo que arde… e vê-se!

A Cruz de Pedra vai assistir, brevemente, à recuperação do edifício dos antigos Fornos de Olaria, onde outrora se confecionava a lendária “Cantarinha dos Namorados”. O projeto de execução está em curso, o mesmo é dizer que entrou na fase final, relativamente à arquitetura e especialidades de um local icónico de Guimarães. Cumprindo-se o previsto, a obra deverá começar no final do próximo verão. A partir dessa altura, o imóvel será transformado num espaço de formação, mas também num local de trabalho para artesãos residentes e convidados, conforme pretende ver concretizado o Presidente do Município, Domingos Bragança, defensor da preservação de um local que faz parte do imaginário de Guimarães.

O projeto prevê a reabilitação do conjunto edificado dos Fornos de Olaria da Cruz de Pedra, destinada a Núcleo Museológico de Referência da arqueologia industrial local e Ateliês de Olaria, tendo em vista a produção de peças de olaria tradicional e contemporânea, estando associada à vertente pedagógica ao nível da formação e prática deste tipo de artesanato. A recuperação dos Fornos de Olaria, que permitirá perpetuar a memória das famílias Machado, Rainha e Réus, com grande tradição na olaria, será acompanhada por um trabalho de reabilitação da zona envolvente, onde ficará instalada a Escola-Hotel na Quinta do Costeado, cuja localização aproximará o centro da cidade da Horta Pedagógica e do Multiusos de Guimarães.

“Concretizado o casamento, a cantarinha passava a assumir uma outra função: a de baú, onde se começariam a guardar os presentes dados aos noivos…”

Ao mesmo tempo, será também perpetuada a memória do artesão Joaquim Oliveira que, durante muitos anos, foi o autor da tradicional Cantarinha dos Namorados. A história conta-nos que um jovem deveria oferecer esta jarra à sua namorada como forma de pedido de casamento. Se a cantarinha fosse recusada, o enlace não se verificava. Se fosse aceite, o noivado era anunciado. Concretizado o casamento, a cantarinha passava a assumir uma outra função: a de baú, onde se começariam a guardar os presentes dados aos noivos, alguns em ouro, outros de valor mais simbólico.

Composta por três partes, a cantarinha da base, claramente maior, representa a prosperidade do casal; a cantarinha que se sobrepõe a essa, visivelmente mais pequena, simboliza os problemas que um par de noivos ou casados tem de enfrentar. O remate da peça de olaria é feito com um pássaro, que alguns dizem ser o guarda-segredos da relação. Além do seu significado, a Cantarinha dos Namorados é, seguramente, um produto oleiro de excelência do artesanato português, feito em Guimarães.

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