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Sexta-feira, Abril 26, 2024
Teresa Costa
Teresa Costa
Licenciada em RIEP - Relações Internacionais Económicas e Políticas, pela UM. Business Director da Escola de Línguas "Fun Languages-Guimarães", Centro Autorizado de Preparação para exames de Cambridge, Centro Certificado pela DGERT como entidade formadora no Ensino de Línguas Estrangeiras segundo os níveis definidos pelo Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (QECR) e Língua e Literatura Materna (Português para estrangeiros).

Agradar para Desagradar – Uma Nova Teoria Política

As festas de S. Nicolau, padroeiro dos estudantes, tem em Guimarães uma tradição secular e um sentido que só os vimaranenses conhecem, impossível de traduzir por palavras.

Ao longo da sua longa história, as festas Nicolinas atravessaram períodos de epidemias e pandemias, algumas com consequências mais graves do que esta.

Souberam, então como agora, respeitar e considerar em primeiro lugar o que realmente estava em causa, a saúde pública.

A história pode e deve servir de exemplo.

No ano passado estávamos a viver um cenário muito complicado resultante da pandemia. A Comissão de Festas Nicolinas e os estudantes, com uma tristeza imensa, mas conscientes de que na realidade não havia condições para que se realizassem as Festas na sua plenitude sem pôr em causa a saúde pública, aceitaram responsavelmente cancelar os eventos que as caracterizam.

Nesse sentido, foram feitas reuniões entre os responsáveis e elaborado um plano de contingência tal como lhes foi exigido.

Este ano tudo foi diferente. As autoridades municipais nunca consideraram sequer o cancelamento das Festas, havendo até por parte da Câmara Municipal uma clara colaboração com a Comissão no sentido da sua realização, tendo a Comissão demonstrado toda a disponibilidade para tudo fazer de forma a que estivessem asseguradas as condições necessárias à proteção da saúde pública. Nesse sentido, foram feitas reuniões entre os responsáveis e elaborado um plano de contingência tal como lhes foi exigido.

Tudo isto corresponderia à normalidade das coisas, não fora o facto de em 26 de novembro, e após a realização de uma reunião da subdelegação de Guimarães da Proteção Civil, os estudantes terem sido informados de que ali tinha sido deliberado a proibição da realização do cortejo do Pinheiro, ainda que sem fundamento legal em qualquer norma da DGS ou no regime de calamidade pública, entretanto decretado, mas com efeitos apenas a partir de 1 de dezembro.

As questões que se colocam e que devem ser respondidas pela Câmara Municipal são legítimas:

Porque é que, perante uma eventual crise de saúde pública (a que terá justificado aquela proibição e que não surgiu do nada e apenas no dia 26 de novembro), essa situação não foi gerida antecipadamente?
Porque é que não foram proibidas outras festas de cariz similar (algumas realizadas até em ambientes fechados) quando a situação de aumentos de casos da doença era já conhecida?
Porque é que se alimentou o sonho e a esperança dos Nicolinos de que o Pinheiro podia este ano percorrer o seu percurso ao som das caixas e dos bombos?
Porque é que a opinião pública, os estudantes e estruturas representativas dos Nicolinos não foram esclarecidas dos fundamentos da proibição e da alteração radical da posição das autoridades municipais?

Independentemente das razões da decisão de proibição, a conclusão segura e evidente é que assistimos a uma total inabilidade do executivo para lidar com este assunto, que não só causou a indignação dos Nicolinos e particularmente da Comissão, como a incompreensão dos vimaranenses.

A frontalidade e o diálogo em situações delicadas como esta faz toda a diferença. Estou certa de que caso os estudantes tivessem sido esclarecidos com a verdade e chamados a participar na solução do problema estes entende-lo-iam e seguramente assumiriam as suas responsabilidades como, aliás, o demonstraram ao longo deste processo.

O inábil comportamento do executivo deixou-os, deixou-nos a todos, defraudados e enganados.

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