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Sábado, Abril 20, 2024

Laboratório de Hemodinâmica do HSO espera por decisão burocrática

Economia

Não constava da rede de planeamento do Ministério da Saúde

A área da Cardiologia, do Hospital da Senhora da Oliveira, foi enriquecida com um Laboratório de Hemodinâmica. Ficou pronto há mais de um ano, custou cerca de 2,5 milhões de euros, parte dos quais pagos por mecenas vimaranenses.
O hospital considera o laboratório necessário e importante, há já pessoal formado para o manter em funcionamento e todo o equipamento necessário para o pôr ao serviço das pessoas também já foi adquirido.
Se o mais difícil foi construir e equipar, o mais fácil – que parece estar na ponta da caneta da Ministra, Marta Temido – ainda não foi conseguido. Esta situação indigna muita gente e sobretudo os utentes que podem ter assistência neste laboratório nomeadamente os doentes que sofreram enfartes e que estão a ser encaminhados para Braga e outros hospitais, onde este serviço funciona.

Recentemente, os deputados do PSD – André Coelho Lima e Emídio Guerreiro, entre outros, entregaram na Assembleia da República, um requerimento, questionando “a razão da demora da emissão dos pareceres” dos serviços que dependem da Ministra, para pôr a funcionar aquele laboratório. E interrogam-se “até quando terão os vimaranenses de aguardar pela abertura desta valência do Hospital Senhora da Oliveira”.
A ARS Norte (administração regional de saúde) e a ACSS (administração Central do sistema de saúde) também não emitiram pareceres que fundamenta, a abertura do serviço à população.
Finalmente, os deputados do PS, do distrito de Braga – Sónia Fertuzinhos, Luís Soares e outros, questionaram a Ministra da Saúde, defendendo a revisão de rede de referenciação que permite adicionar esta mais valia à unidade de Cardiologia, do Hospital Senhora da Oliveira, “tão importante para a região do Minho”.
Marta Temido, Ministra da Saúde, considerou a nova valência “um amargo de boca” porque o Laboratório de Hemodinâmica, está “desgarrado” do planeamento em rede do Serviço Nacional de Saúde. A ministra entende que “as redes de diferenciação são para respeitar” e considera o mecenato que permitiu a construção do laboratório uma intromissão no que são as decisões de planeamento e investimento do Ministério.

“Agradecemos a generosidade da sociedade, mas essa generosidade não pode ser desgarrada do planeamento. Situações destas causam-nos amargos de boca…”

“Agradecemos a generosidade da sociedade, mas essa generosidade não pode ser desgarrada do planeamento. Situações destas causam-nos amargos de boca porque a iniciativa provavelmente estava fundada nas melhores intenções – ainda que não seja uma iniciativa gratuita nem para o SNS nem para os contribuintes – mas não teve em conta a inserção no planeamento, nem os recursos humanos necessários” – declarou recentemente a Ministra da Saúde.
Confirmou ainda que não foram emitidos os pareceres que possam tornar efectivo o funcionamento do laboratório de Hemodinâmica, como um facto consumado, não deixando de registar que “houve um grupo de mecenas, aos quais é justo agradecer, que numa iniciativa local optaram por facultar ao Hospital a instalação de uma unidade de cardiologia de intervenção”.
Há um pormenor que pode estar retardar, a decisão da Ministra e tem a ver com a alteração de rede de referenciação, já que os doentes deixarão de ser tratados em Braga, passando-o a ser em Guimarães, o que pode não ser do agrado de que teve até agora o monopólio dos cuidados hospitalares na área da Cardiologia.

Entretanto, não se percebe é porque estando o laboratório pronto há mais de um ano, tendo sido implantado num hospital público, tenha sido um encargo do erário público, ninguém tenha evitado este “amargo de boca”, deixando que se gastasse dinheiro, num equipamento que não constava de qualquer planeamento do Ministério. É que se somarmos mais um ano para a construção da obra, o que se entendia é que há dois ou mais anos atrás alguém devia ter reagido, primeiro para evitar os custos que o laboratório deu ao SNS e, também, para avisar a administração do HSO que não podia deixar construir nas instalações aquela unidade. E dizer aos privados que, afinal, o equipamento não tem razão de ser e o seu contributo mecenático não era necessário. Ora, ninguém assumiu esta posição porquanto, o novo Laboratório de Hemodinâmica (Unidade de Diagnostico e Intervenção Cardiovascular – UDIC), tem perfeito cabimento no funcionamento do Hospital vimaranense.
As declarações da Ministra, deixam o governo embaraçado, os deputados do PS do distrito “incomodados” com esta situação mais que caricata, deixando que em Portugal o dinheiro público continue a ser desbaratado.

© Direitos Reservados

Na Assembleia da República, Luís Soares, deputado do PS, questionou a Ministra, durante a audição na comissão de Saúde, em Março deste ano, sobre a abertura da Unidade de Intervenção e Diagnóstico. E confrontou as declarações da Ministra feitas agora em Novembro, considerando que “são substancialmente diferentes das que se haviam produzido no passado e frustram a expectativa de todos os que contribuíram para melhorar acesso ao SNS e acrescentar respostas disponíveis aos cidadãos do Distrito de Braga, bem como as expectativas dos cidadãos”.
Recorde-se que os investimentos realizados no novo Laboratório de Hemodinâmica (Unidade de Diagnostico e Intervenção Cardiovascular – UDIC), incluem dois equipamentos de Tomogafia Computadorizada (TC) a remodelação do Internamento de Cardiologia e da Unidade de Cuidados Intensivos Cardíacos (UCIC) já em funcionamento, e uma nova infraestrutura destinada a acolher o renovado Laboratório de Arritmologia, Pacing e Electrofisiologia (LAPE), e a instalar o novo Laboratório de Hemodinâmica (Unidade de Diagnostico e Intervenção Cardiovascular – UDIC) e aquisição dos respetivos equipamentos cuja autorização de funcionamento se aguarda há mais de um ano.

© 2019 Guimarães, agora!

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