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Quinta-feira, Abril 25, 2024

Vinho verde de Guimarães mostra a sua “tipicidade” na Alemanha

Economia

Em Düsseldorf e na maior feira do mundo

Texto de: José Eduardo Guimarães

Pela sétima vez, a Adega Cooperativa de Guimarães (ACG) marcou presença na “maior feira de vinhos do mundo”, na Alemanha. O presidente da cooperativa assegura: “A reacção aos vinhos continua em alta”.

Foi em Março passado que os vinhos de Guimarães aterraram em Düsseldorf, Alemanha, para se fazerem valer naquela que é a “maior feira de vinhos do mundo”. Quem o diz é Sequeira Braga, presidente da Adega Cooperativa de Guimarães (ACG), que realça a importância da ProWein, que vai na sua 25ª edição, neste mercado: “É a possibilidade de encontrar o mundo inteiro dentro do meio: quem está a produzir e a vender e quem está a comprar.”

Pela sétima vez, a ACG viajou para a feira com um objectivo: promover o vinho verde. “Estavam 42 produtores de vinho verde português num stand comum, mas todos debaixo da mesma estratégia”, explica. Em três dias, tal como outras cooperativas, a ACG espalhou a palavra (e o sabor) do vinho vimaranense naquele que, para Sequeira Braga, é uma “plataforma positiva e interessante para estabelecer contactos”.

Essa dinâmica tem ajudado ao crescimento das exportações da ACG. Em 2018, as vendas internacionais representaram “30% da facturação”. Por isso, os vinhos da adega – o Praça de S. Tiago e o Adega Cooperativa de Guimarães – já se fazem notar em pontos do globo tão distantes como “o Japão, os Estados Unidos da América ou Brasil”, para além de circularem por países europeus como a Polónia, a Holanda e a Alemanha. “A reacção aos vinhos continua em alta”, adianta Sequeira Braga. “Contudo, nunca perdemos de vista o mercado nacional, que tem mais peso.”

Mas o que torna o vinho verde português (e vimaranense) tão interessante? “O vinho português destaca-se dos restantes vinhos do mundo muito por causa das nossas castas”, começa por elucidar. “O vinho verde destaca-se por ser único, não só porque trabalha com castas únicas, mas também pela sua tipicidade.” O que não costuma acontecer, na sua opinião, com os vinhos produzidos lá fora: “Estão muito concentrados nas castas francesas”. No caso de Guimarães, “a qualidade é interessante”.

Tanto que, recorda Sequeira Braga, “um casal de noivos brasileiros casou-se em Guimarães e disse à empresa de catering que o vinho tinha de ser o da ACG”. No “menu” disponibilizado pela cooperativa, há quatro vinhos Praça de S. Tiago: branco, vinhão, espadeiro e branco reserva. O branco, tinto e rosé são as apostas para a marca com nome homónimo.

Através de programas comunitários, a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) ajuda na “promoção da denominação de origem” de cooperativas como a ACG. Para Sequeira Braga, “tem havido apoios no que diz respeito à internacionalização”. Contudo, este caminho tem sido de “ajuda de agrupamento, mas não individual”. Ainda assim, não nega “a visibilidade que o vinho português tem no mundo”. E o turismo também ajuda. “Quem visita Portugal fá-lo por duas coisas: sol e vinho”, aponta.

Quem visitar Guimarães à procura do vinho que por cá se faz, “não o encontrará em qualquer supermercado”.

Pode comprá-lo directamente na Adega Cooperativa de Guimarães, situada em Santo Tirso de Prazins ou tentar a sua sorte nos restaurantes do concelho. E estes vinhos são medalhados: o espadeiro e o vinhão da Praça de S. Tiago foram considerados dois dos melhores vinhos de 2019 pela CVRVV, com uma classificação de honra, numa lista dominada pela casta Alvarinho.

Mercado asiático em alta

“Pro Wein Business Report” serve de barómetro para as tendências neste mercado. Mais de 2300 experts da indústria vinícola participaram no relatório, que aponta para algumas conclusões a médio prazo. Segundo os dados divulgados, referentes a 2018, a China é o mercado “mais atractivo para exportações”. No pódio, seguem-se-lhe o Japão e Hong Kong. Apesar da boa classificação, a China é também o mercado “com maior risco”. Os especialistas do vinho também consideraram que o “maior potencial para novos mercados vinícolas nos próximos cinco anos” concentram-se no continente asiático: Singapura, Taiwan, Emirados Árabes Unidos, Vietnam e Índia são os destinos mais mencionados. Ainda assim, a Europa marca presença neste top 5, com a República Checa em segundo lugar.

As questões políticas azedam o mercado – pelo menos é a conclusão relativamente ao Reino Unido. As ilhas britânicas representam “o mercado menos atractivo” no presente e futuro. O relatório não se centra apenas na questão do Brexit, mas também no “crescente imposto sobre o álcool”.

Portugal é o país mais procurado pelos vendedores que procuram “expandir a sua gama de vinhos para novos países de origem”. África do Sul e Argentina são outros dois pontos de interesse.

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