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Sábado, Outubro 12, 2024

Coelima: Sindicato têxtil reúne com trabalhadores

Os trabalhadores vão discutir as propostas dos concorrentes à compra do estabelecimento Coelima e o consórcio RTL/José Fontão alerta que “as regras de concorrência leal” não foram cumpridas.


Em dois plenários, os trabalhadores da Coelima ficarão a conhecer o processo decorrente da declaração de insolvência da empresa e da gestão feita pelo administrador judicial da venda de activos que propôs como solução para garantir a manutenção de postos de trabalho.

Pedro Pidwell estará no plenário da tarde, às 13h30h para esclarecer como vai ser feita a transmissão do estabelecimento depois de propostas sucessivas dos consórcios Mundotêxtil/Felpinter e RTL/José Fontão, coloca a Mabera como a potencial vencedora desta corrida.

O preço poderá ser o factor decisivo desta oferta de aquisição dos activos da Coelima e menos a credibilidade, experiência, conhecimento do mercado e capacidade e sustentabilidade dos concorrentes, algo que a assembleia de credores de Sexta-feira pode decidir.

As três propostas são idênticas, em alguns itens: manutenção dos 255 postos de trabalho, recuperar a Coelima nos mercados, garantir o pagamento de encargos do mês de Junho e pagamento das dívidas à Autoridade Tributária e Segurança Social.

Diferentes mesmo, são no pagamento e remuneração dos créditos aos credores comuns. Ressalve-se que os bancos serão os destinatários e os maiores beneficiários deste quinhão: a Mabera propõe-se pagar 3.636.666,00 euros, a pronto; o consórcio Mundotêxtil/Felpinter 2.615.000,00 a pronto, e o consórcio RTL/Fontão 1.750.000,00 euros em várias prestações.

A Mabera, cujo volume de negócios, em 2019 foi de apenas 51.062 euros é um verdadeiro contraste com as vendas e prestações de serviços de anos anteriores. Em 2016, o volume de negócios foi de 2,9 milhões, em 2017 de 2,7 e em 2018 de 1,9 milhões. Actualmente tem apenas um (1) trabalhador, segundo informações que conseguimos apurar.

No passado recente, o processo da apresentação de propostas não foi claro e com regras que todos respeitassem, o que levou a que, no último lanço, Mundotêxtil/Felpinter e RTL/José Fontão percebessem que não valia a pena lutar numa corrida onde o preço poderia ser determinante.

As críticas à Mabera por ter estado sempre à espera das propostas dos outros concorrentes, gozando do privilégio de não ter apresentado a segunda proposta por escrito e a fizesse verbalmente apenas na reunião dos credores, fez exasperar os mandatários dos consórcios Mundotêxtil/Felpinter e RTL/José Fontão.

Mesmo agora, na terceira proposta – apresentada, por escrito, em simultâneo, onde o administrador judicial, Pedro Pidwell pedia aos concorrentes que fizessem “demonstração de fundos” como “factor preferencial” na adjudicação, a Mabera apresentou uma declaração simples e subscrita pelos seus administradores, de que o valor a pagar seria obtido por uma operação junto do Montepio Geral.

O consórcio RTL/José Fontão manifestou estranheza pela “mudança repentina de critérios” e também dos “pressupostos pelos quais a proposta deve ser apresentada”, a modalidade escolhida para a sua apresentação e a necessidade de prorrogação do prazo.

Na resposta que fez juntar ao processo, salienta-se que estas mudanças ocorreram após se terem cumprido os pressupostos ditados pelo administrador judicial.

“Está tomada de posição não é de todo compatível com as boas regras de concorrência leal entre os proponentes interessados na compra do estabelecimento insolvente” – justifica o consórcio que se recusou a entrar neste leilão de propostas, mantendo firme a sua posição inicial.

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