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Quinta-feira, Dezembro 5, 2024

As memórias de Francisco Príncipe são “Imagens que o rio tece”

Economia

Apresentação juntou amigos e convidados na SMS

A vida profissional do médico encontrou as lembranças pessoais no percurso de um portuense emprestado a Guimarães.

Desaguaram nas páginas de um livro, editado pela Letras Paralelas, que foi apresentado na Sociedade Martins Sarmento a 11 de Maio.

O edifício da Sociedade Martins Sarmento não desancorou, mas a viagem seguiu. Quem assistiu à apresentação da obra “Imagens que o rio tece”, de Francisco Príncipe, só não ondeou pelas suas memórias porque não quis. E eram tantas. Umas de cunho pessoal, num exercício sempre corajoso de quem deixa explícita parte da sua vida, aberta a quem a queira consultar; outras, de igual franqueza, nas marés profissionais do médico, que nasceu no Porto, em 1951, e chegou a Guimarães para trabalhar e viver em 1976.

A frase que encerra o livro atira-nos para um local aberto, mas nunca o mais amplo de todo o livro: “As ruas da cidade são o lugar perfeito para ir ao encontro da vida e em plenitude vivê-la”. E viver “é o seu hobby preferido”, como se lê na contracapa da obra. Seja na cidade, no campo, na largueza do exterior ou nas paredes mais íntimas. Lá fora, cá dentro. Se as memórias são muitas, também o serão os seus abrigos, todos eles distantes.

Tal como as personagens da sua vida, extrema e exaustivamente desenhadas a partir de palavras certeiras, como chegaria a apontar Margarida Negrais. Foi com a também autora e professora que, “todas as segundas-feiras, à mesma hora”, desenvolveu em palavras aquilo que há muito flutuava nas suas memórias. E a tutora, a certa altura, elogiou-o: “Foi um distinto aluno, entre aspas, na escrita criativa.”

Francisco Príncipe não se limita a observar as imagens reflectidas nas águas da sua vida; ao contrário de Ricardo Reis, vive-as e revive-as, expõe-se, revê-se e encontra-se – tal como nos revela no livro. É uma obra de partilha do que já passou, oferecendo aos leitores um escape tanto na ruralidade como em outros pontos do globo, realçando a importância que têm as peculiaridades de cada comunidade. Naveguemos entre as diferentes dimensões da vida do autor.

© 2019 Guimarães, agora!

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