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Domingo, Novembro 24, 2024
Alberto Martins
Alberto Martins
Alberto Martins, 41 anos é empresário e licenciado em gestão. Actualmente é ainda presidente da junta de freguesia da Vila de São Torcato desde 2017, tendo já sido tesoureiro desde 2005 até 2017. Trabalhou e colaborou com diversas empresas, de onde se destaca a empresa Coming Future e a empresa JF Economista Internacionais.

Meu querido mês de Agosto

Agosto é por excelência o mês de férias dos Portugueses. Em Agosto muitos partem rumo ao litoral e a destinos turísticos, contudo é também sinónimo de regresso dos nossos emigrantes. Estes Portugueses que emigraram à procura de uma vida melhor, voltam às suas origens e por algumas semanas vencem esse sentimento tão lusitano que é a saudade.

A saudade é para os emigrantes o combustível que os fazem lutar diariamente noutras paragens, sempre ou quase sempre contando os dias para o regresso à sua amada terra. Muitos referem a saudade do cheiro de Portugal, que no fundo não é mais do que o conjunto de sentimentos de apego à terra que os viu nascer, às suas raízes e a um orgulho patriótico. Esses sentimentos estão espelhados em diversas manifestações como por exemplo nos símbolos que orgulhosamente exibem, nos seus carros ou indumentaria. Os nossos emigrantes trazem um colorido diferente às nossas aldeias que pelos dias que correm muitas se encontram praticamente desertas.

Em Guimarães assistimos a diversos exemplos disso, com destaque especial para as freguesias mais periféricas no norte e nordeste do concelho, que ao longo dos anos viram partir os seus habitantes para o estrangeiro ou para os centros urbanos. Nestes locais a sua importância é ainda maior pois para além da cor, da alegria e das enumeras manifestações culturais e festividades, os emigrantes trazem ainda uma dinamização do comércio e de alguns estabelecimentos que se posicionam quase em exclusivo para os receber. A importância deste regresso é enorme, em primeira instância pela questão económica atrás mencionada, mas sobretudo pela importância da renovação dos laços com a sua terra. Esses laços farão com que muitos deles voltem para cá um dia e ajudem a repovoar e a desenvolver as nossas aldeias agora desertificadas.

É fundamental que se sintam desejados e verdadeiramente em casa. Muitas vezes incompreendidos por quem nunca precisou ou não optou por sair do seu país, os emigrantes são um património extremamente importante na valorização e desenvolvimento dos territórios e sobretudo os que sofrem da redução acentuada da sua população. Em Agosto em cada festa ou romaria voltamos a sentir o pulso a muitas aldeias adormecidas nos restantes onze meses do ano, voltamos a sentir a alegria de várias ruas e praças outrora cheias de pessoas, voltamos a sentir o Portugal mais profundo novamente com vida e esses sentimentos não tem preço. Assim é fundamental deixar de lado preconceitos, baseados em mitos e continuar a saber receber estes Portugueses que sentem o País de forma tão especial.

© 2019 Guimarães, agora!

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