Há mais 1632 desempregados em Guimarães, desde o final de Dezembro de 2019. Em 2020 (Janeiro-Agosto) este flagelo social acentuou-se nos últimos cinco meses.
O desemprego cresce à média de 204 pessoas, por mês, em Guimarães. É muito mais que o encerramento de uma qualquer PME ou de várias micro-empresas. Desdobrando, por género, constata-se que 76 homens perdem o seu emprego em cada mês deste 2020 pandémico; e 128 mulheres, de Janeiro a Agosto, regressaram a casa, por terem perdido a sua ocupação profissional.
São, hoje, 7178 (registados em Agosto), um número que é o mais elevado desde o início do ano.
O desemprego afecta muito o escalão etário dos 35-54 anos, com forte impacto, pois 54% dos desempregados atingem pessoas com carreiras profissionais médias de menos de metade da idade legal de reforma, o que pode significar pensões de reformas mais baixas, no futuro.
Os desempregados com mais de 55 anos também incorporam um exército de alguma dimensão: são 2307 em Agosto e são mais 134 do que no final do ano de 2019.
O segundo escalão mais afectado pelo desemprego é dos 25-34 anos com 437 pessoas no período de referência Dezembro/19 e Agosto/20.
© Infografia: Guimarães, agora!
A leitura destes números, permite concluir que 80,75% dos desempregados, em Guimarães têm até 54 anos, quando, em circunstâncias normais, ainda teriam mais cerca de 15 a 20 anos de carreira contributiva (no máximo) e de trabalho, até à idade de reforma, se ela continuar a subir aos níveis actuais. São 1318 trabalhadores, neste escalão que ainda poderiam ser úteis às empresas e à economia local que, sem emprego, vão sobrecarregar o orçamento da segurança social.
Os desempregados no concelho, são pessoas que ainda recentemente tinham uma ocupação profissional, pois a sua inscrição no Centro de Emprego tem menos de um ano. Há 4599 nesta situação, em Agosto (mais 1309 do que em Dezembro do ano passado); e 2579 já declararam a sua situação de sem trabalho há mais de um ano (mais 323 se comparados com os existentes em Dezembro/19).
Pode questionar-se que motivos, levam a que sejam descartáveis no mercado de trabalho. Mas a explicação mais simples pode ser encontrada na qualidade dos desempregados em função das suas qualificações.
Um olhar sobre o universo dos desempregados, no que toca às suas habilitações e escolaridade, permite concluir que 60% dessas pessoas têm uma escolaridade entre o 1º e o 3º ciclos, o que pressupõe uma camada da população pouco dada à formação e que tende a não completar sequer o ensino secundário. E os que chegaram a completar o 12º ano e o ensino secundário são agora 24,15%, mais cerca de 2% do que no fim do ano de 2019. Já os jovens, habilitados com uma licenciatura são 12,73%, exactamente 914, entre homens e mulheres, que esperam uma colocação. E para os quais se perspectivam, no futuro, empregos mais qualificados e melhor remunerados.
– MÊS: | – DESPEDIMENTOS: |
---|---|
MARÇO | 209 |
ABRIL | 485 |
MAIO | 171 |
JUNHO | 171 |
JULHO | 143 |
AGOSTO | 109 |
TOTAL: | 1288 |
Em Agosto, os trabalhadores despedidos (ver gráfico) foram 109, o número mais baixo desde Janeiro, um verdadeiro contraste com Abril, quando 485 trabalhadores foram despedidos.
As rescisões por mútuo acordo, foram 32 em Agosto, e menos do que as 43 registadas em Dezembro/19.
Só para questões de emprego e desemprego, há uma afluência ao Centro de Emprego, de Guimarães, de mais de 623 pessoas por mês.
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