Luís Montenegro e José Luís Carneiro vêm a Guimarães. O primeiro, no Sábado, para um comício (pelas 16h00 no São Mamede CAE) e o segundo no Domingo (pelas 15h30 na Plataforma das Artes para o concerto de Zé Amaro).
Nunca a agenda dos candidatos foi tão activa, em eleições locais anteriores. Os meios utilizados, também, mostram como PS e PSD/CDS-PP encaram a conquista do poder em Santa Clara.
Nunca como em 2025, os partidos mobilizaram o seu pessoal político mais sonante para dar uma mãozinha ao candidato local. José Luís Carneiro vem pela segunda vez a Guimarães, colocando-se ao lado de Ricardo Costa; Hugo Soares (Secretário-Geral do PSD), Sebastião Bugalho (deputado europeu), Leitão Amaro (Ministro da Presidência) e agora Luís Montenegro dão uma ajuda a Ricardo Araújo e a Rui Armindo Freitas na eleição para a Câmara e Assembleia Municipal.
Este frenesim político, tem animado mais os apoiantes e candidatos do que a população em si. Hoje, o discurso político é substituído pela fotografia, pelo gesto, pela selfie… num modus faciendi bem ao jeito de Marcelo Rebelo de Sousa. E é regado com branco, tinto e sumos, porco preto e outros comes e bebes.
Não falta o show… musical, com “artistas” a aparecerem em todos as sessões. Não há uma que dispense o “momento musical”, durante uns minutos. A procura tem sido tal que entram actores grandes e pequenos, com Zé Amaro a assumir um claro apoio por Ricardo Costa, participando num vídeo, proporcionando momentos com outros artistas e participando mesmo no comício do 5 de Outubro.
Também, o vídeo ilustra cenários (moldados em telas e lonas) e presenças nas freguesias, regista abraços e toques mas não a voz e o som. A preferência pelas técnicas do cinema mudo significa que ir mais além na comunicação não foi tida em consideração pelas candidaturas.
E mostra a entrega do boné, do saco, da bandeira, da esferográfica. E evidencia cores, não as habituais mas as que o candidato escolheu. Ricardo Costa preferiu o azul e Ricardo Araújo o verde turquesa. Só raramente lá aparece a bandeira vermelha do PS ou o laranja do PSD… numa operação plástica política que não segue a tradição.
Por fim, as notas de imprensa repetitivas, iguais, tal como os programas (fabricados) para as freguesias tipo ‘chapa 5’, sem diferença alguma na forma e no conteúdo em que as propostas parecem únicas e específicas para cada terra ainda que com um eixo comum e geral.
Nesta competição pela imagem, também há imitações, tentativas de parecer ser, num campeonato de Liga 1 e Liga 2, tal a disparidade de meios usados.
Tirando os dois grandes blocos políticos PS e AD, os restantes partidos jogam mais para uma presença honrosa na competição local do que uma presença numa espécie de Liga Europa da política. Até o Chega prefere aparições cirúrgicas, cuidadas e simbólicas e menos sonantes que a sua prática nacional.

Nuno Vaz Monteiro é um candidato que espera que o vento que sacode o Chega no país também sopre em Guimarães e o coloque num lugar da vereação em Santa Clara. Tal como Mariana Silva que tem uma missão ingrata de resgatar a CDU para um lugar de destaque que a colocou no seio dos vereadores com funções em 1985. Uma missão impossível dada a situação da coligação que se esbateu perante uma segmentação de voto que deixa apenas dois a lutar pelo 1.º lugar.
O Bloco de Esquerda com representação na Assembleia Municipal corre contra o vento, num esforço que nem mesmo nos seus tempos mais áureos teve representação no executivo municipal.
Há ainda a Iniciativa Liberal que, sem meios, vive do voluntarismo dos seus candidatos, sem representação total no concelho o que tolhe pretensões e ambições.
Por fim, o outsider que corre com as cores do ADN depois de ser socialista e autarca do PS em Guardizela. Manuel Silva é pretensioso em mostrar-se como combatente dos grandes partidos. Isolado, sem equipa, o seu ADN é meramente o de um ADN sem representação histórica no concelho, pelo que se limita a imitar – e não a inovar – identificando-se com o povo que parece não lhe ligar.
Até ao momento já se registaram três debates, sem história, num canal televisivo, num jornal com retransmissão em vídeo e outro com o Turismo como tema único. Debates a cinco, sem efeito por cansativos, genéricos, repetitivos. E monótonos incapazes de agarrar o eleitor mais comum.
Já há dois programas eleitorais apresentados: PS e Ricardo Costa e coligação ‘Juntos por Guimarães’ e Ricardo Araújo. Os restantes candidatos seguem dentro de momentos com a apresentação das suas ideias.
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