“O RDC@ITV vai criar um roteiro para a descarbonização da indústria têxtil e do vestuário, onde serão traçadas as trajectórias das reduções de gases com efeito de estufa e identificar as novas tecnologias que poderão ser implementadas pelo sector para garantir reduções nas emissões”, contextualiza Luís Ramos, gestor do projecto, em declarações ao T Jornal.
As metas para a descarbonização tanto do país como da União Europeia no seu conjunto são ambiciosas e, sendo o sector têxtil e do vestuário um dos que liberta mais emissões, o Roteiro para a Descarbonização da Indústria Têxtil surge como uma alternativa viável para a descarbonização e como uma forma de contribuir para um esforço que tem necessariamente de ser conjunto.
Deste projecto vai resultar a criação de uma ferramenta para que as empresas possam individualmente calcular a sua pegada de carbono e a organização de formações sobre tecnologias de descarbonização, bem como acções de sensibilização da comunidade, explica o responsável do Citeve.
O projecto começou em Abril e termina em Março do próximo ano, envolvendo nestes dois anos o Citeve, a ATP e a ANIVEC. As empresas, serão envolvidas numa fase posterior, de implementação de tecnologias e da criação de roteiros individuais.
Hoje, no seu lançamento o RDC@ITV vai suscitar as atenções em duas mesas redondas: uma sobre ‘Neutralidade carbónica em 2050: Como lá chegar?’, com José Nogueira (Bondalti), Filipe Rodrigues (DST Solar) e Carlos Pimparel (DGEG); e outra sobre ‘A descarbonização como instrumento para a sustentabilidade do STV’, com Mafalda Paz (Salsa), Bruno Correia (ETFOR), Susana Serrano (Acatel) e José Teixeira (Riopele).
Luís Ramos reconhece que “o sector já tem feito um caminho no sentido da descarbonização, desde os anos 2000, com a troca dos combustíveis mais pesados como o fuelóleo por gás natural”.
Para este especialista nas áreas de energia e ambiente, “as empresas têm descarbonizado, emitindo cada vez menos gases com efeito de estufa, sobretudo quando verificamos um indicador que é as emissões de gases com efeito de estufa por cada milhão de euros de valor acrescentado das empresas”.
Na base deste avanço está a procura da ITV por oferecer mais sustentabilidade, mas a conjuntura internacional também acelerou o processo. “A guerra da Rússia com a Ucrânia levou a aumentos muito significativos no último ano e as empresas tiveram de procurar alternativas; várias optaram pela instalação de caldeiras de biomassa e por aí vemos que o sector tem feito um caminho”. Mas termina com a ideia de que “é preciso continuar a forçar mais um pouco o caminho”.
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