Em 2022 as exportações de têxteis e vestuário ascenderam a 6.122 milhões de euros, um resultado nunca antes alcançado, tendo este sector aumentado o valor exportado em 13% quando comparado com o ano de 2021. No entanto, em quantidade, as exportações registaram uma quebra anual de quase 1%, sobretudo devido a uma forte contracção (-11%) vivenciada no último trimestre do ano.
A diferença entre o valor e a quantidade é justificada, em grande medida, pelo aumento generalizado dos custos de produção, em particular, devido ao aumento dos preços de energia, com especial destaque para o gás natural, explica a ATP (Associação Têxtil e Vestuário de Portugal). “A instabilidade e a incerteza provocada pela guerra na Europa, que trouxe consigo graves consequências no mercado energético e originou uma inflação generalizada nos preços dos bens, dos serviços e um aumento das taxas de juro teve forte impacto no rendimento disponível, consumo e na procura das famílias, em particular nos bens não essenciais”, analisa a associação.
Em termos de grandes categorias de produtos, em volume, foram exportadas -0,3% de matérias têxteis (menos 894 toneladas), -3,3% de vestuário (menos 3.118 toneladas) e -0,1% de têxteis-lar e outros artigos têxteis confeccionados (menos 77 toneladas).
Apesar de tudo, há mercados onde foi possível crescer em valor e em quantidade: é o caso da França, para onde se exportou mais 21% em valor e mais 7,7% em quantidade. É também o caso de Itália, para onde se exportou mais 17% em valor e mais 25% em quantidade. Para Espanha, principal destino destas exportações, recuperou-se algum do valor perdido em 2020, tendo crescido cerca de 3% face a 2021, mas ainda está aquém dos valores exportados em 2019. Em quantidade, em 2022, exportou-se -4,4%.
Os mercados que registaram maiores quebras em valor foram a China (menos 8,5 milhões de euros, -13%) e a Rússia (menos 5,7 milhões de euros, -69%). A balança comercial do sector em 2022 teve um saldo 696 milhões de euros, com uma taxa de cobertura de 113%.
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