A Associação Têxtil e Vestuário de Portugal – ATP – está preocupada com “a insuficiente resposta dos programas de apoio à internacionalização”.
As empresas do sector têxtil e vestuário anseiam por conhecer com que apoios podem contar, face às necessidades de reforçar a sua componente de internacionalização nos mercados.
“As manifestações de preocupação foram dirigidas ao mais alto nível, a diversas entidades e responsáveis políticos, desde a membros do Governo, ao COMPETE, à AICEP Portugal Global, à própria CIP, e, nalguns casos, são manifestações reiteradas”, revela, um comunicado difundido hoje pela ATP.
Os últimos avisos publicados para candidaturas do Portugal 2020 para a internacionalização das empresas “ficaram muito aquém das necessidades, com cortes orçamentais que não eram de todo esperados”.
Sobretudo “numa altura essencial em que deveríamos estar a ajudar as empresas a reverter os efeitos provocados, primeiro, por uma pandemia, a que somaram, recentemente, outros provenientes da guerra, com crise de preços na energia e matérias-primas, subida da inflação e recuo da procura” – acrescenta o comunicado.
Entidades como a ATP e Associação Selectiva Moda (ASM) sofreram um corte substancial no seu programa de apoio à internacionalização, um programa muito abrangente em termos geográficos e subsectoriais e que tem tido um papel vital na resposta às necessidades de internacionalização.
A fileira do Têxtil e Vestuário (ITV) representa em Portugal mais de 12 mil empresas e 136 mil trabalhadores e contribui com cerca de 10% para as exportações nacionais, um dos poucos sectores que tem uma balança comercial positiva superior a mil milhões de euros.
O sector da ITV exporta cerca de 70% do que produz, completamente dependente do mercado internacional e que através deste tipo de apoios, entre outros, tem conseguido resistir aos diferentes choques competitivos que tem sofrido nas últimas décadas.
Destas acções de internacionalização, destacamos a presença em mais de 70 feiras internacionais por ano, em 30 mercados, com o projecto From Portugal. Feiras em que Portugal não poderá deixar de estar presente, caso contrário, facilmente será substituído pelos seus concorrentes.
Sabendo da importância da internacionalização enquanto factor competitivo estratégico, reconhecido no Portugal 2020 e também no Portugal 2030, reconhecendo a importância da internacionalização para este sector e para a economia nacional, a ATP questiona porque não há ainda soluções para esta questão da representação internacional da ITV.
“Não conseguimos compreender porque até hoje ainda não temos respostas ou soluções”.
O contexto económico em que vivemos, a saída de uma pandemia e no meio de uma guerra devia justificar uma acção mais rápida de quem decide pelo que “não conseguimos compreender porque até hoje ainda não temos respostas ou soluções por parte do Governo ou das entidades com responsabilidade na matéria”.
A ATP aceita que “as verbas do Portugal 2020 possam estar esgotadas”. Mas – justifica – “temos um programa como o Portugal 2030 que devia estar ao serviço da economia desde 2021, e estamos no 3º trimestre de 2022 e ainda ninguém consegue antecipar quando poderá estar operacional, com abertura de avisos nestas e noutras áreas”.
“Até parece que este é o primeiro quadro comunitário de apoio que Portugal está a receber e que ainda estamos a aprender o que e como fazer” – estranha a ATP.
Relembra que “existem projectos executados que aguardam o pagamento de saldos finais desde 2015 e, por isso, há muitas empresas que continuam por receber os respectivos financiamentos, com impactos brutais na sua tesouraria e contabilidade”.
Estas e outras questões foram algumas das preocupações que a ATP tem levantado junto do poder político e entidades competentes e para as quais aguarda resposta e sobretudo soluções céleres.
📸 GA!
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