É um meio de tornar a cidade mais activa e fazer as pessoas felizes. Quando se compra, a população mexe-se – abandona o automóvel – e pelo que juntar ao seu “carrinho” – ou saco – de compras, espelham felicidade. Andando pela cidade, limpa e sem cheiros também sem fumos e ruído, as pessoas tornam útil e necessário, a pedonalização das matérias mais comerciais e centrais, tornando a cidade “verde”, no casco urbano e não apenas nos parques espalhados pelo território.
Ora, o comércio insere-se num programa de desenvolvimento da cidade, pelo que é melhor: aglutina serviços, torna-se montra de produtos, conserva tradições, ajuda ao passeio e à convivência familiar, ao reencontro de “amigos” nos cafés que todos frequentam, fazem que com às 5 horas, da tarde, as senhoras se reúnam para tomar o seu chá, proporciona “momentos” de descanso e lazer, descomprime, torna as pessoas mais humanas e mais solidárias, despidas que ficam da pressão do dia-a-dia laboral, da pressa de apanhar o autocarro. Ter uma “cidade comercial” fora dos shoppings, é sinal de qualidade de vida, de gozo da natureza e do ar livre, do convívio com os filhos, do passeio pelo jardim, do descanso na esplanada, onde se pode ler, conversar, e ver o que passe ou deambula, tudo sem perturbação.
“Apostar num centro da cidade sem automóveis, não é acabar com o comércio de rua, é dar-lhe vida, garantir-lhe futuro. É elevar os padrões de vida e vivência urbana, em sociedade, grupo ou rede…”
Apostar num centro da cidade sem automóveis, não é acabar com o comércio de rua, é dar-lhe vida, garantir-lhe futuro. É elevar os padrões de vida e vivência urbana, em sociedade, grupo ou rede. É preencher mais o espaço citadino, quase deserto, moribundo, melancólico, mecânico, sem vida social ou económica, sem pessoas – novos e velhos, sem crianças, sem casais ou jovens. É, ainda, tornar-se possível a cidade sustentável, resolver os problemas da mobilidade, justificar melhor a solução – e a existência – de serviços urbanos, como a limpeza das ruas e a recolha do lixo. Neste cenário, a cidade sem carros, mais calma e pacífica, permite o gozo dos equipamentos culturais e das actividades e propostas, do seu calendário, a fruição do espaço público em actividades de grupos e associações, de artistas, de grupos de música.
Não é, isso, afinal que os vimaranenses fazem, em Braga ou no Porto, quando compram e se divertem, até com uma ida ao cinema, ao restaurante, deliciam-se com um gelado que levam na mão, indiferentes aos carros que (não) passam. Porque é que Guimarães, querendo e desejando o mesmo, não faz ou não tem? Porque passam anos para decidir uma coisa simples, estratégica e estruturante? Então, só queremos pessoas mais activas no ginásio, nas cadeiras das salas de espectáculo, no desporto, nas ecovias e não as queremos no meio urbano, local de excelência para actividades múltiplas, ligadas ao lazer e ao acto de comprar. Contudo, se esta não é a opção, então que o digam…
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