A data 25 de Abril de 1974 é uma marca dos portugueses… de todos os portugueses.
Há quem abusivamente se tenha apropriado dela, como coisa sua, quando ela é o sinal de liberdade, logo pertença de todos.
Desde então, todos vivemos sob um regime que nasceu nessa data: uma sociedade aberta, mais tolerante, procurando ser justa, quantas vezes ajabardada por interpretações legais, à esquerda e à direita, e à qual alguns retiram o significado real para colocarem o selo do seu significado.
Já lá vão 50 anos e lembro-me como se fosse hoje: esse Abril representou para mim, uma maioridade conseguida um ano antes, mas foi o início de uma vida activa que me deu o primeiro emprego.
O 25 de Abril passava-se longe de Guimarães e pouco se sabia do que estava a acontecer. Só, mais tarde, a RTP mostrou o que uma rebelião militar, podia mudar e transformar um país, que de imediato se pôs a caminho da liberdade, deixando para trás décadas de isolamento de um país europeu… longe da Europa. Em parte ainda é assim… porque a União Europeia é uma espécie de mealheiro onde há recursos para todos os vícios.
Porém, os que se julgavam e intitulavam então mais abrilistas do que outros, começaram a mexer na sociedade, com alguns desmandos, criando conceitos quais carimbos, uns de fascistas outros de inimigos do regime que se colocavam na testa das pessoas.
Fascistas, eram por natureza todos os abastados e com dinheiro, um carimbo que a esquerda começou a colocar nos mais ricos, sem perceber que fascismo e dinheiro não são a mesma coisa.
Democratas eram os que tinham estado na linha da frente na luta contra o fascismo, homens e mulheres com um pensamento vincado e diferente dos homens e mulheres que não entrando nessa luta também eram vítimas do regime de então… pela sua pobreza, falta de oportunidades para aceder à cultura, prosseguir estudos. E muito mais.
Os que se apropriaram do 25 de Abril como coisa sua, tentaram com essa atitude egoísta reduzir a data. Obviamente, o 25 de Abril de 1974 é algo maior do que o seu umbigo. E ainda bem porque, de certa forma, isso nos conduziria, de novo, ao passado que todos criticamos. E ficar ao mando de uns quantos senhores do poder.
Como data popular… É do povo, de todos nós… Marca o início de um período do nosso país mais democrático politicamente, abriu e rasgou horizontes, revelou-nos como sociedade, e mostrou as nossas forças e fraquezas enquanto povo.
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