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Guimarães
Sexta-feira, Dezembro 27, 2024
José Eduardo Guimarães
José Eduardo Guimarães
Da imprensa local (Notícias de Guimarães, Toural e Expresso do Ave), à regional (Correio do Minho), da desportiva (Off-Side, O Jogo) à nacional (Público, ANOP e Lusa), do jornal à agência, sempre com a mesma vontade de contar histórias, ouvir pessoas, escrever e fotografar, numa paixão infindável pelo jornalismo, de qualidade (que dá mais trabalho), eis o resultado de um percurso também como director mas sempre com o mesmo espírito de jornalista… 30 anos de jornalismo que falam por si!

Nós… e os grandes!

Sim, é no futebol e não só. Queixamo-nos dos grandes… e alimentamos os grandes: são jogadores, são treinadores. No Vitória contratos de duas ou mais épocas nunca chegam ao fim. Sete meses depois, lá foi Rui Borges. Já treina o Sporting ainda a viver a crise de João Pereira…

O efeito da saída de Rúben Amorim com epicentro em Alvalade atingiu apenas a costa vitoriana, ao jeito de um tsunami… Era inevitável? Já aconteceu com Raphinha e antes com outros.

Saberá alguém o que ganhou – e perdeu o Vitória – com estas transacções e mudanças de comando técnico? Qual o impacto deste vai-e-vem de treinadores?

Mas há sempre alguém a ganhar tanto ou mais que o Vitória nas transferências sem que os sócios saibam. O treinador foi solidário com o Moreirense para vir para o Vitória; e agora não será solidário com o Vitória se for treinar o Real Madrid? Defenderão, isso é impossível, também, quando ingressou no Moreirense era impensável que viesse para o Vitória e chegasse ao Sporting. A possibilidade é a mesma porque ninguém advinha o futuro.

O Vitória forma, complementa a formação, projecta e oferece palco a treinadores e jogadores… e recebe uns trocos. Porque não faz contas, entra no negócio dos “grandes” sem perceber que esses grandes nos ‘comem’… na FPF, na Liga, nos relvados…

E continuamos a sonhar que um dia será… quando podia ser agora que talvez fosse! Mas será que algum dia seremos? Vejo-o apenas na alma, no desejo…

Não conquistou nada e apenas colocou o Vitória na disputa de alguns lugares.

Rui Borges deixa o Vitória a meio de um percurso: nacional – ainda está na Taça de Portugal e na Liga (está no 6º lugar); e europeu (o que fazer ainda na Conference League não consta das previsões). Não conquistou nada e apenas colocou o Vitória na disputa de alguns lugares. 

Foi fácil chegar aqui? Talvez, mas o trabalho dá muita sorte… O que irrita no futebol é que uns se alimentem dos outros, os contratos terminem antes do tempo, as cláusulas de rescisão ora são pequenas – e facilmente pagas pelos nossos adversários – ora, são grandes e acabam sempre reduzidas ao mínimo possível.

Continuamos a viver de ilusões, ligados ao passado e ao passivo, como um paciente no Hospital ligado à máquina que lhe garante mais uns dias de vida.

E voltamos a começar, interrompendo um ciclo glorioso que ninguém sabe como acabaria. Volta a resignação, o desconforto, um ciclo novo que começa a meio da época.

Valha-nos, ao menos, que Rui Borges saiu a bem, sem manobras, sem truques mas com uma ida a Lisboa quando ainda era treinador do Vitória…

© 2024 Guimarães, agora!


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