Há muita gente que lê… sem perceber o que as letras juntas querem dizer ou exprimir. Num jogo de futebol há muito para ler e observar. Os grandes mestres de futebol lêem… o seu adversário, os seus jogadores, os adeptos, a envolvente do futebol e os interesses que giram à sua volta…
Comecemos pelo jogo… entre o campeão nacional e um europeu – de altos e baixos – que faz esta época o seu teste de admissão a um clube (UEFA) onde o futebol, se exprime na sua máxima potência.
Digam-me lá que europeu consegue, começando a perder aos 2’ – contra esse campeão nacional -, é massacrado em 56’ por uma colecção de três golos consecutivos de um nórdico frio e implacável e só consegue marcar um golo a seu favor?
Que resistência mostrou esse europeu – que ganha estatuto que não pode desbaratar – ao virar por completo o resultado para 4-3 em 29’, colocando-se aos 85’ na posição de vencedor potencial e que só foi traído – nessa posição – pela classe e intenção do remate de qualidade de Trincão?
Vá, digam-me lá quem faz isto, contra o seu próprio mestre e treinador de há uma semana, conhecedor da mentalidade conquistadora desta equipa de jovens, dos seus truques, virtudes e defeitos?
A força do colectivo do Vitória foi preponderante mesmo com jovens que agora têm a sua oportunidade, – e que saltam para o relvado com a ambição de conquistar o mundo – onde todos jogam por gosto e ambição, jogando pela primeira vez contra ‘clubes leões’ do futebol português. Que força é esta que leva para dentro do campo, o clamor de um povo, de uma região quiçá e que descarta as lógicas instaladas no nosso futebol…zinho e nas suas estruturas que protege sempre os mesmos, como se o arco-íris do futebol doméstico só tivesse três cores?
Sejamos justos – e não queiramos tudo na hora, num dia ou num mês ou até numa época. A (nossa) paciência não pode ser impaciência e deitar tudo a perder, não reconhecendo nas boas práticas o fruto e a semente dos nossos êxitos.
Não podemos olhar só para os 11 que estão no relvado – que se sujeitam a cometer mais erros, pelo seu desempenho – do que aqueles que estão na bancada, o mais das vezes como julgadores e menos apoiantes, seguindo o ritual de “puxar” pela equipa quando ela está a vencer e não a perder. Esses merecem o nosso respeito e reconhecimento porque foram eles que se revoltaram – como D. Afonso Henriques – contra o reino… Leão que joga, por vezes, com 12 ou 14 dentro do campo e uns não sei quantos nos órgãos que decidem no futebol português – onde o Vitória não tem ninguém, por não saber ou poder ter…
O Vitória não pode servir outros interesses que não os desportivos – e neste caso do futebol em si mesmo. Afastem-se os que querem colher sem semear, aqueles para quem o Vitória é um pretexto (por vezes instrumento) que lhes dá jeito no seu futuro… e assumem-no na penumbra e na sombra, sem dar a cara, limitando-se a entrar na carruagem sem assumir qualquer risco.
Esses, não podem ter a percepção que são vitorianos porque lhes dá jeito agora. E a lista é extensa…
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