Ricardo Costa é um candidato assumido, primeiro que todos os outros, actuais e futuros; Paulo Silva alimenta a ambição de um jovem turco apoiado pelo presidente da Câmara.
A vida política interna do PS tem sido à volta destes dois protagonistas que dialogaram mais recentemente, ao almoço e ao jantar. E andam entretidos num jogo de quem consegue inscrever mais militantes.
Mas não chegaram a consenso. Domingos Bragança de partida da Câmara – o seu último mandato já vai a meio – não deixa de jogar a sua cartada na sua própria sucessão.
E entre apelos à união ou à unidade, continua a ser o estratega do pára e arranca, de um entendimento que muitos admitem não ser viável. Mas seria desejável. E por uma questão simples: Ricardo Costa reclama a legitimidade da sua escolha e tenta congregar à sua volta tudo e todos; começou um processo de escolha de candidatos autárquicos, legitimado por ser o presidente da concelhia, o que não agrada ao outro lado;
Paulo Silva rejeita esta superioridade e defende que serão novas eleições para a concelhia que podem dirimir este conflito entre candidatos. E confirmar quem será o novo “chefe”.
O diálogo para a paz é prometido pelos dois, depois de novas eleições internas. Ora se a legitimidade que Ricardo Costa diz ter para ser a escolha do PS nas eleições para a Câmara Municipal não é aceite por Paulo Silva, amanhã, tudo continuará na mesma ou pior.
Se Paulo chegar em primeiro na contagem dos votos dos militantes socialistas também não precisará de Ricardo para nada.
Se Ricardo repetir a vitória não precisará de Paulo para nada e negociará com ele apenas para cumprir a ideia de diálogo e de apaziguamento, mesmo que a maioria seja relativa. Por seu turno, se Paulo chegar em primeiro na contagem dos votos dos militantes socialistas também não precisará de Ricardo para nada. E assim persistirão as razões para se manterem afastados.
Mas como seria o cenário, se um terceiro candidato raiasse numa manhã de sol, por entre nuvens políticas, mais à frente ou daqui a pouco?
Vítor Oliveira não esconde ser o D. Sebastião, vindo do nevoeiro, por se sentir “amado”.
Ao que consta anda a ser abordado por militantes nas facções de Ricardo e Paulo no sentido de eventualmente avançar para uma candidatura. É “amado” por presidentes de Junta resultante dos muitos anos de chefe de gabinete de Domingos Bragança.
O anúncio esta semana de que já tinha abandonado, há tempos, o seu lugar no secretariado de Ricardo Costa, pode ser um indicador de que pode correr por conta própria nesta corrida de 5000 metros na estrutura socialista de Guimarães.
Nesta caminhada de candidatos, um assumido – que reclama mais legitimidade – de quem tem ambição de ser depois de presidente da Comissão Política, o presidente da Câmara e outro “ambicioso” a querer marcar já o futuro, num tempo de renovação como herdeiro privilegiado do legado de Bragança, seria o êxtase total – e socialista – se o candidato – pretensamente – “amado”, pudesse entornar o caldo nesta corrida de candidatos. Porém, há outras ambições escondidas e tudo se pode baralhar, por influência de terceiros.
Mas a clarificação tornar-se-á incontornável – e pode acontecer a 28 de Setembro – numa reunião da Comissão Política que pode ser efervescente.
Neste cenário, há os candidatos “falados” como é o caso de José João Torrinha, um pretenso “agregador” para quem a política é uma viagem a chegar ao fim.
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