Apesar do risco de repetir um modelo de apresentação, da utilização mais intensiva do vídeo e do powerpoint, o Eco Parlamento continua a ser um bom meio de dar competências aos alunos, em várias áreas… basta que se lhes permita, dar largas à sua imaginação.
Como competição, alguma escola há-de ser sempre melhor avaliada pelo júri. Mas todas são vencedoras pela sua participação. Neste caso, a 10.ª edição foi ganha pelo agrupamento de escolas Arqueólogo Mário Cardoso.
O júri considerou a performance dos alunos a mais equilibrada, pela sua concepção, enquadramento, exibição. E pelo que se viu a que mais se aproximou de um parlamento com o tema da natureza na agenda. O desempenho dos seus alunos, a maturidade demonstrada na sua explicação, a originalidade, a envolvência da comunidade escolar, a criação do ‘Eco Mário’ teve inovação bastante para colmatar algumas falhas.


A abordagem da separação e valorização dos resíduos, com soluções aplicadas à escola e à comunidade deram aos alunos do agrupamento de escolas Arqueólogo Mário Cardoso vantagens na competição. O projecto ‘Dá Valor aos Resíduos’, enquadra-se no Objectivo de Desenvolvimento Sustentável 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis).
Os restantes concorrentes, também, tiveram mérito, pelos temas escolhidos mas não foram suficientemente hábeis na interpretação da criação e concepção estética da sua apresentação num cenário que se repete – e que esconde os deputados deste parlamento e os alinha em função de um palco mais ao jeito de uma peça de teatro.
O agrupamento de escolas de Briteiros, com o projecto ‘Escola ComVida’ (centrado no ODS 13 – Acção Climática), num ambiente que retratava uma sala de aula com vida, onde toda a gente abraça a natureza. A mensagem é clara: “os alunos mudaram a sala… e agora o céu é o limite”, o que deixa antever que os alunos querem dar o seu contributo para uma escola diferente e abrangente, num projecto colaborativo que tende a estender-se ao que eles julgam estar mal na sua escola.
O agrupamento de escolas Arquitecto Fernando Távora garantiu o 3.º lugar com a sua apresentação – ‘Fazer U.M.A. Diferença!’ (no âmbito do ODS 12 – Produção e Consumo Sustentáveis). Incorporaram alunos brasileiros na equipa, numa inclusão sempre de saudar. Os recursos técnicos utilizados foram um misto de TV e de powerpoint que apesar de tudo não fizeram a diferença, com razoável comportamento no período de interpelações dos alunos de outras escolas.


Apesar de poder ser aprimorada – e mais colaborativa com o meio – tecnicamente mais evoluída com recursos disponíveis, o Eco Parlamento tem a marca de uma experiência pedagógica de sucesso. É participativa e participada pela comunidade escolar, estimula uma relação de proximidade aluno/ professor por vezes com contornos mais fortes do que a relação pai e filho, muito pela confiança existente, como se viu nos trabalhos apresentados.
E tem de tudo… até uma cidadania ambiental, participativa e inclusa que tende a aumentar. E a despertar. O Eco Parlamento, também, nota-se, dá uma imagem mais real e fiel das nossas escolas e mostra o perfil dos alunos e da sua maturidade, da sua tolerância para com congéneres estrangeiros que abraçaram a nossa terra, incluindo e não excluindo.
Pelos olhos dos alunos, neste parlamento escolar, também pode ver-se uma cidadania crescente, vigilante, atenta e enquadrada nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável – traçados pela ONU; e alunos que não desperdiçam conhecimento nem vontade de o absorver.
O Colégio do Ave, os agrupamentos Abel Salazar, Vale de São Torcato, Virgínia Moura foram outros finalistas com participações dignas.
“Nunca deixem de seguir este caminho de respeitar a natureza.”

“Nunca deixem de seguir este caminho de respeitar a natureza” – exortou Domingos Bragança, presente na sessão. O presidente da Câmara incitou os alunos a ser bons… eco-alunos, eco-cidadãos, a defender os recursos naturais como a água e o ar, participando na descarbonização, sublinhando que a iniciativa foi muito elogiada na União Europeia a propósito da candidatura da Capital Verde Europeia.
Também, José João Torrinha, presidente da Assembleia Municipal, participou na sessão, considerando o Pégadas “um projecto interessante” que ajuda o aluno “a pensar, comunicar e intervir”.
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