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Quinta-feira, Abril 25, 2024
Miguel Leite
Miguel Leite
Natural de Guimarães, fisioterapeuta licenciado, com mais de 10 anos de experiência profissional, tendo já tido várias experiências profissionais (meio hospitalar, clínica, ensino especial em escolas e meio desportivo/desporto de alta competição). É também pós graduado em fisiologia do exercício e fisioterapia cardiorrespiratória. Têm outras formações complementares relacionadas com a sua profissão. Faz parte dos Bombeiros Voluntários de Guimarães, pertencendo desta forma ao atual corpo ativo da corporação vimaranense.

Teorias à parte

Já lá vai o ano de 2019 e a nostalgia de verdadeiros “momentos de liberdade” passaram ao lado dos últimos quase dois anos. É certo que iniciamos o novo ano de 2022 com a crença e esperança que é desta que este tormento relativo à pandemia nos deixe menos pressionados a vários níveis, no entanto, a realidade insiste em manter a sombra das consequências da palavra COVID-19.

Mais de 700 dias depois da invasão do inimigo, e diariamente a nossa mente é penetrada com modificações constantes do estilo das nossas vidas, como se fossemos um alvo abater e estivéssemos em constante fuga a um ser invisível que se mantém por perto.

Penso que ninguém é indiferente ao que presenciamos nos dias de hoje, grande parte das pessoas vive com medo de testar positivo ao COVID-19 (cada um com o seu motivo, mas principalmente pelo medo de morrer), mesmo já sendo muitas vezes vacinadas, porém, falamos duma situação que não se encontra ainda claramente esclarecida, isto porque as opiniões dos entendidos são variáveis… o que não influencia positivamente o pensamento do cidadão comum.

Sem dúvida que a vacinação é um aliado ao combate deste ser mutante, e penso que cada um de nós têm que ter a capacidade de entender isso a curto prazo para vermos um abrir de fileiras num futuro próximo.

Agora os comportamentos sociais individuais têm que mudar e contrariar o individualismo de alguns.

Agora os comportamentos sociais individuais têm que mudar e contrariar o individualismo de alguns em pensar que isto é uma brincadeira inconsequente.

Não é de todo agradável observar uma pessoa numa crise aguda respiratória; ver um profissional de saúde a chorar por ter de optar entre duas vidas; ver a agonia de uma pessoa a realizar quarentena num determinado espaço reduzido durante umas semanas (que mais parecem anos) e estar privado dos seus entes queridos, como se tratasse de um presidiário; ir na rua com medo de quem se cruza no caminho; ter medo de sair de casa e respirar o ar ambiente da atmosfera terrestre ou até mesmo ter medo de abraçar os nossos, não por não gostar deles mas pelo facto de os poder prejudicar quanto ao seu estado de saúde.

Tudo isto condiciona a nossa vida, e encobre todas as outras doenças pré-existentes que estão dia após dia a serem prejudicadas e esquecidas, mas a marca desta pandemia está feita e com mazelas bem profundas, o que me leva a questionar sobre que ferramentas de intervenção psicológica estão a ser postas em prática para criar um suporte para termos a capacidade de viver sem medos permanentes.

A vacina é apenas a primeira intervenção, todavia a componente mental é uma das grandes áreas que têm de ser rapidamente intervencionada, principalmente na criação de estratégias de reaprender a enfrentar a abertura da porta para o exterior.

O pensamento da ação individual tem que refletir o bem-estar coletivo.

É permanente o individualismo de muitos em prol do próprio conforto, mas isso deve ser rapidamente transformado em práticas baseadas numa realidade fundamentada por experiências fidedignas e não em teorias múltiplas que só acrescentam medo e incerteza à população mundial.

© 2022 Guimarães, agora!


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