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Segunda-feira, Abril 29, 2024
Sónia Ribeiro
Sónia Ribeiro
Natural de Mirandela, fixou-se em Guimarães em 1995. É membro da Coordenadora Concelhia do Bloco de Esquerda de Guimarães, membro da Coordenadora Distrital e da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda. É também presidente do Cesminho - Sindicato do Comércio, Escritórios e Serviços do Minho.

O sindicalismo que temos e o sindicalismo que queremos

Nos passados dias 23 e 24 de fevereiro realizou-se o XV Congresso da CGTP-IN, data a partir da qual passei a integrar o Conselho Nacional da CGTP, integrando a quota da Corrente Política e Ideológica do Bloco de Esquerda, representatividade salvaguardada pelo Direito de Tendência previsto na lei e nos estatutos da central sindical.

Desde a data em que o Bloco passou a integrar este órgão da CGTP, temos sempre reclamado o cumprimento desses mesmos estatutos na íntegra, ou seja, a nossa integração na Comissão Executiva.

Mas, se a defesa dos direitos dos trabalhadores, a melhoria das suas condições de trabalho e de vida, a sua capacidade de responder às dificuldades crescentes no cumprimento dos seus compromissos diários deva ser o nosso foco, não é despiciente a sua capacidade de organização política e a escolha sobre que tipo de organização sindical consideram estar melhor enquadrada para defender os seus direitos.

O que quero dizer com isto?

Primeiro, não é aceitável falar em unidade sindical sem observar a realidade que nos rodeia e a diversidade que ela comporta.

Segundo, proclamar a democracia sem a praticar, contrariando os próprios estatutos e fazendo ouvidos moucos às varias vozes (do Bloco e não só), que no Conselho Nacional se levantam, demonstra que a Central Sindical se mantém firme no propósito de fechamento a outras correntes de pensamento.

Terceiro, é, parece-me evidente, que nenhum sindicalista pergunta a nenhum trabalhador se tem simpatia ou militância política. Isso não é condição para o comprometimento na defesa dos trabalhadores. Mas, parece-me também evidente que negar a influência do posicionamento político no movimento sindical e a forma como o sindicalismo deve ser concretizado, é negar a pluralidade e a própria democracia, com decisões muitas vezes tomadas de cima para baixo em que muitos trabalhadores não se revêm.

Imaginará a CGTP que os trabalhadores portugueses são todos votantes no PCP? Sei que não.

Não podemos mais aceitar a não distribuição das propostas dos conselheiros do Bloco.

Portanto, não podemos aceitar continuar a ser impedidos, sim, impedidos, de ocupar o lugar a que temos direito na Comissão Executiva da CGTP. Não podemos mais aceitar a não distribuição das propostas dos conselheiros do Bloco, impedindo uma discussão séria, submetendo-nos a um crivo que se fecha sempre.

Revemo-nos nos princípios da central na defesa dos trabalhadores, na luta pela sua emancipação e melhoria de vida, por uma mudança estrutural do Código do Trabalho e pela justa distribuição da riqueza produzida, mas isso não se compagina com o sectarismo de que somos alvo, porque no final, também somos trabalhadores.

Por isso, e porque o Bloco tem uma matriz laboral forte e consciente, reafirmamos isso mesmo, garantindo que estaremos sempre ao lado de quem conta com todos os sindicalistas na defesa intransigente dos seus direitos.

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