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Guimarães
Sábado, Novembro 23, 2024
Álvaro Oliveira
Álvaro Oliveira
Sou alguém que escreve por gostar de escrever. Quem escreve não pode censurar o que cria e não pode pensar que alguém o fará. Mesmo que o pense não pode deixar que esse limite o condicione. Senão: Nada feito. Como dizia Alves Redol “A diferença entre um escritor e um aprendiz, ou um medíocre, é que naquele nunca a paixão se faz retórica.” Sou alguém que gosta de descobrir e gosta de se descobrir. E pensar. E refletir. E escrever aquilo que penso e aquilo que reflito.

O Ovo de Colombo

Uma das grandes preocupações em Guimarães é a circular urbana. É estreita e perigosa, está mal desenhada e construída, estrangula a cidade e não serve o concelho todo. A essa preocupação, junta-se o trânsito caótico que diária e constantemente se verifica em inúmeras artérias da cidade. Mas será que urge construir uma segunda circular urbana por forma a escoar o flagelo do entupimento das entradas e saídas da cidade? Não. Não porque na verdade Guimarães já tem uma segunda circular que atravessa grande parte do concelho. Senão vejamos: Quem vai pela auto-estrada para Braga ou para o Porto ou Vila do Conde (e falando unicamente na A7 e A11), encontramos as respetivas portagens no leito dessa auto-estrada. Depois de passarmos essas portagens prosseguimos em perfil de auto-estrada até essas localidades. Ora, se atendermos por exemplo à auto-estrada Guimarães-Braga verificamos que 2/3 dessa mesma auto-estrada já posterior à portagem em Braga, prosseguindo a mesma em circular à cidade e com diversos nós de saída para outras localidades, bem como outras, para o centro da cidade. Isto é, a circular urbana é feita como uma sequência natural da continuação da auto-estrada. No Porto é exatamente a mesma coisa, as portagens são – curiosamente – na Maia, prosseguindo mais de 8 kms de perfil de auto-estrada com diversas ramificações para outras localidades. Em Vila do Conde passa-se exatamente o mesmo. A portagem é no leito da auto-estrada, sendo que depois prossegue, quer para Vila do Conde, quer para a Póvoa de Varzim, sempre em perfil de auto-estrada e por muitos kilómetros. Em Guimarães não é assim. Guimarães tem 3 entradas/saídas de auto-estradas com portagens nos nós dessas entradas/saídas. Essas portagens são em Silvares, Serzedelo e Urgezes. Se se mudassem essas portagens para o leito das mesmas, Guimarães ganharia uma circular urbana a custos muitíssimo reduzidos. Isto é, se ao invés de termos portagens em Serzedelo e Silvares, as mesmas estivessem colocadas no leito da auto-estrada, respetivamente, em Serzedelo e Brito, e a portagem de Urgezes, também no leito da auto-estrada, mas em Fafe, ¾ do concelho ficaria servido com uma grande circular urbana que facilitaria o escoamento de muitas artérias da cidade e gratuita. Claro que teria de haver concordância da concessionária, neste caso, da Ascendi. Mas, se o valor das portagens fosse o mesmo, se a Câmara Municipal se o compromisso da Câmara Municipal fosse libertar a obrigatoriedade da concessionária da manutenção daqueles troços de estrada passando para a responsabilidade da Autarquia, ninguém perdia, todos ganhavam. Mas ainda se ganhava mais: passando a concessão destes troços de estrada para a Autarquia, a mesma poderia fazer melhoramentos e criar outros nós de ligação, por exemplo, em Brito poderia fazer um nó de ligação a esta vila, bem como, à Vila das Taipas, fazendo com que, definitivamente, a estrada de ligação Guimarães-Taipas ficasse descongestionada. Por vezes, é possível fazerem-se coisas boas, mais baratas e sem recursos a projetos megalómanos. Basta ter a vontade de o fazer. Às vezes, o óbvio está mesmo à nossa frente.

© 2019 Guimarães, agora!

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