O Natal é sinónimo de felicidade, afetos e partilha. É uma época do ano especial, onde priorizamos a família e os afetos.
Sabemos que o Natal reveste-se de uma importância central para as famílias na generalidade, mas sobretudo para os mais desprotegidos e para os emigrantes. Desde sempre, me sobressalta o espírito, todos aqueles que vivem o drama da solidão ou que pelas mais diversas razões passarão o Natal sozinhos ou distantes das suas famílias. Esse é um sentimento que eu e as minhas irmãs, enquanto crianças e adolescentes passamos e pelo qual nunca mais esquecerei.
Este sentimento é avolumado, para os mais desprotegidos, idosos que vivem sozinhos ou pessoas sem retaguarda familiar, para quem o Natal não é mais do que uma simples palavra ou data no calendário, apenas mais um dia e onde não se podem encaixar sentimentos como família, afetos ou partilha.
A verdadeira essência do Natal está efetivamente no sentimento e neste particular os nossos emigrantes vivem com uma intensidade única. A eterna ‘saudade’ de Portugal e dos familiares, tem para muitos, o seu epílogo, quando se reúne de uma vez só família e terra. Para eles em particular e sobretudo para os que voltarão a não poder consoar na sua terra Natal, quero-lhes deixar uma palavra especial de conforto.
Uma palavra de apreço especial ainda a todos quantos trabalham nesta quadra festiva.
Uma palavra de apreço especial ainda a todos quantos trabalham nesta quadra festiva, em especial aos profissionais de saúde, forças de segurança e demais trabalhadores, que ‘trocam’ os afetos do seu seio familiar, pelo cuidado com quem precisa de tratamentos de saúde, segurança, etc.
Mas neste momento o Natal tem ainda um ‘lado B’, o das enormes dificuldades por que passam os portugueses. O custo de vida elevado e as rendas e prestações de casa, que pouco deixam para o dia-a-dia, transformaram este Natal numa espécie de triste remedeio e com poucas perspetivas de melhoria.
A crise que já vivemos, sobretudo nas indústrias do calçado e do têxtil, agudizam este cenário, onde o lay off é já uma constante em centenas de famílias, que vêem assim, o seu rendimento reduzido em dezenas ou centenas de euros. Este ‘lado B’ do Natal surge em paralelo com outras tristes realidades, que já nos acostumamos infelizmente a assistir, mas que acompanham o número crescente de portugueses em risco de pobreza ou que já lá caíram.
Assim, é tempo de Natal, de sermos o mais felizes possível, dando, recebendo, partilhando, mas sobretudo mantendo na memória todos aqueles que sofrem nesta quadra, com uma ferida aberta em jeito de saudade…
Um Santo Natal e um Próspero Ano 2024.
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