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Guimarães
Sexta-feira, Novembro 22, 2024
Miguel Leite
Miguel Leite
Natural de Guimarães, fisioterapeuta licenciado, com mais de 10 anos de experiência profissional, tendo já tido várias experiências profissionais (meio hospitalar, clínica, ensino especial em escolas e meio desportivo/desporto de alta competição). É também pós graduado em fisiologia do exercício e fisioterapia cardiorrespiratória. Têm outras formações complementares relacionadas com a sua profissão. Faz parte dos Bombeiros Voluntários de Guimarães, pertencendo desta forma ao atual corpo ativo da corporação vimaranense.

Muralhas no tempo

Caminhamos para o final do presente ano, e que ano este! Um ano que se assemelha a uma linha de comboio sem fim à vista potenciada por um “visitante” inesperado ainda que outrora anunciado e menosprezado.

Vírus, pandemia, COVID-19, zaragatoa, confinamento, distanciamento social, morte, solidão foram algumas das palavras mais repetidas durante o presente ano e que nos “intoxicaram” o equilíbrio emocional principalmente estimulada por microfones dos media.

Na dificuldade devemos unir esforços para contornar os transtornos adjacentes a obstáculos que nos amedrontam o olhar. Apontar o dedo em busca de aplicar sentenças é o mais fácil, porém não dará soluções para “normalizar” o trajeto do caminho que ainda temos para percorrer.

É verdade que a novidade de uma nova realidade trouxe o caos a um sistema que não se encontrava preparado para tamanho tornado, no entanto, nenhum sistema de saúde do mundo estava!!!

A criação de um estado de saúde equilibrado é a base fundamental da existência humana ao longo do tempo, e esse facto é incontornável, ainda que apresente vários resistentes com uma teimosia persistente. O nosso Sistema Nacional de Saúde apesar de apresentar várias lacunas e carências, continua a ser uma estrutura fundamental na resposta às necessidades da população portuguesa e deve ser apoiada pela mesma no sentido de colmatar esses mesmos défices. É verdade que a novidade de uma nova realidade trouxe o caos a um sistema que não se encontrava preparado para tamanho tornado, no entanto, nenhum sistema de saúde do mundo estava!!!

Observando a presente realidade das zonas de batalha (como os hospitais), é necessário as entidades competentes continuarem a integrar nas equipas novos elementos, no sentido de dar resposta aos milhares de doentes que necessitam de cuidados de saúde, tenham ou não COVID-19. Existem excelentes profissionais de saúde nas mais diversas áreas de atuação motivados para dar o seu melhor, contribuindo desse modo para estabelecer muralhas protetivas capazes de fortalecer o que de mais importante consta no nosso ADN, um estado de saúde equilibrado.

No seio da Fisioterapia é crucial a colocação de novos profissionais da área nas Unidades de Cuidados Intensivos, pois está mais do que descrito a importância dos mesmos nestas unidades tão distintas pela sua exigência extrema em termos de intervenção especializada. Se pretendemos acrescentar qualidade ao nosso sistema público de saúde e com isso dar uma resposta presente com reflexo no futuro próximo, é crucial dar oportunidade a profissionais altamente diferenciados e capazes como são por exemplo os Fisioterapeutas.

O “sacrifício” que temos estado a realizar, com sucessivas estadias em casa e consequente utilização de máscara facial de proteção, têm que se revelar útil no futuro próximo.

A História revela-nos algumas curiosidades, desde logo, a importância das muralhas na proteção de determinada civilização que habitava num determinado local… ora saibamos ser muralhas, barreiras, muros capazes de neutralizar esta realidade em que vivemos e que o amanhã se revele numa estrutura baseada num sistema de saúde mais bem organizado, com equipas ainda mais especializadas, diferenciadas e eficazes na resposta a obstáculos como os que enfrentamos no presente.

Na sombra da muralha podemos encontrar o nosso alento.

© 2020 Guimarães, agora!

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