Caminhamos para o final do presente ano, e que ano este! Um ano que se assemelha a uma linha de comboio sem fim à vista potenciada por um “visitante” inesperado ainda que outrora anunciado e menosprezado.
Vírus, pandemia, COVID-19, zaragatoa, confinamento, distanciamento social, morte, solidão foram algumas das palavras mais repetidas durante o presente ano e que nos “intoxicaram” o equilíbrio emocional principalmente estimulada por microfones dos media.
Na dificuldade devemos unir esforços para contornar os transtornos adjacentes a obstáculos que nos amedrontam o olhar. Apontar o dedo em busca de aplicar sentenças é o mais fácil, porém não dará soluções para “normalizar” o trajeto do caminho que ainda temos para percorrer.
A criação de um estado de saúde equilibrado é a base fundamental da existência humana ao longo do tempo, e esse facto é incontornável, ainda que apresente vários resistentes com uma teimosia persistente. O nosso Sistema Nacional de Saúde apesar de apresentar várias lacunas e carências, continua a ser uma estrutura fundamental na resposta às necessidades da população portuguesa e deve ser apoiada pela mesma no sentido de colmatar esses mesmos défices. É verdade que a novidade de uma nova realidade trouxe o caos a um sistema que não se encontrava preparado para tamanho tornado, no entanto, nenhum sistema de saúde do mundo estava!!!
Observando a presente realidade das zonas de batalha (como os hospitais), é necessário as entidades competentes continuarem a integrar nas equipas novos elementos, no sentido de dar resposta aos milhares de doentes que necessitam de cuidados de saúde, tenham ou não COVID-19. Existem excelentes profissionais de saúde nas mais diversas áreas de atuação motivados para dar o seu melhor, contribuindo desse modo para estabelecer muralhas protetivas capazes de fortalecer o que de mais importante consta no nosso ADN, um estado de saúde equilibrado.
No seio da Fisioterapia é crucial a colocação de novos profissionais da área nas Unidades de Cuidados Intensivos, pois está mais do que descrito a importância dos mesmos nestas unidades tão distintas pela sua exigência extrema em termos de intervenção especializada. Se pretendemos acrescentar qualidade ao nosso sistema público de saúde e com isso dar uma resposta presente com reflexo no futuro próximo, é crucial dar oportunidade a profissionais altamente diferenciados e capazes como são por exemplo os Fisioterapeutas.
O “sacrifício” que temos estado a realizar, com sucessivas estadias em casa e consequente utilização de máscara facial de proteção, têm que se revelar útil no futuro próximo.
A História revela-nos algumas curiosidades, desde logo, a importância das muralhas na proteção de determinada civilização que habitava num determinado local… ora saibamos ser muralhas, barreiras, muros capazes de neutralizar esta realidade em que vivemos e que o amanhã se revele numa estrutura baseada num sistema de saúde mais bem organizado, com equipas ainda mais especializadas, diferenciadas e eficazes na resposta a obstáculos como os que enfrentamos no presente.
Na sombra da muralha podemos encontrar o nosso alento.
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