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Guimarães
Domingo, Julho 7, 2024
André Almeida
André Almeida
Presidente do grupo parlamentar municipal do CHEGA.

Interpretação

Interpretar é transformar o que vemos, ouvimos ou sentimos em algo que faça sentido para nós. De uma forma mais filosófica, política, religiosa ou mais quotidiana, explicamos um pensamento. Quando falámos com alguém, quando tomamos uma decisão ou simplesmente lemos um jornal, estamos a interpretar o mundo, tornando-o acessível.

Mas o que nos leva a interpretar situações iguais ou semelhantes de forma diferente?

Por exemplo, como pode alguém interpretar a morte de um inocente na Ucrânia ou em Israel como um massacre, e não o fazer sobre a morte de um inocente em Moçambique (Cabo Delgado) ou em qualquer guerra contra o narcotráfico? Poderá a força do jornal que lemos, do mainstream, moldar a nossa interpretação, transformando umas em leituras simples e outras em complicadas?

Ou sobre a França, como pode alguém interpretar uma união política liderada por uma suposta extrema-esquerda como necessária, e a sua adversária, que segue na liderança e é conotada como extrema-direita, como um abismo? Poderá a força da decisão de outros, de minorias incomodadas, moldar a nossa interpretação, transformando umas decisões em aceitáveis e outras em inaceitáveis e até criminosas?

Num âmbito mais nacional, como pode alguém interpretar uma indemnização às antigas colónias, ou um pedido de desculpas formal, como obrigatório e natural, e deixar ao abandono, nesses mesmos lugares e há 50 anos, portugueses rejeitados pela terra onde nasceram por terem lutado por Portugal? Poderá a força do politicamente correto moldar a nossa interpretação, transformando o retratar-se numa questão de interesse, escolhendo o momento ao invés do acertado?

O presidente descreve a situação como burocracia desnecessária.

Também em Guimarães há motivos para questionarmos a interpretação. Quando se propõe que o executivo escreva um regulamento para a aplicação de verbas, como por exemplo, as que vão ser utilizadas para os ‘rasgos e remendos’ das vias do Município, o presidente descreve a situação como burocracia desnecessária. Quando o comum cidadão procura algum apoio, tem de procurar ajuda profissional só para interpretar o regulamento a que está sujeito. 

Poderá a interpretação do presidente da Câmara de Guimarães estar acima das regras impostas aos restantes munícipes, incluindo a oposição?

A resposta é sim. O mainstream, as minorias incomodadas e o politicamente correto moldam de tal forma o nosso quotidiano que dão ao poder local razões para replicar o erro e desculpas para a incompetência

Está difícil, vejam as notícias que o mainstream decide que devem ver. Tem de ser este caminho, mesmo que errado, foi o escolhido pela minoria incomodada.

Temos de o fazer, não tem interesse ou sequer faz falta, mas o politicamente correto escolheu este momento. A culpa não é minha, é sempre de outra pessoa que se opõe.

O mundo, a Europa, Portugal e mesmo Guimarães estão reféns de certas interpretações, pelo menos… é a minha interpretação!

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