Hoje, dia 26 de Agosto celebra-se o dia da Igualdade Feminina, uma data que assinala as lutas levadas a cabo, por homens e mulheres, com vista à tão falada igualdade de género, que ainda hoje não é bem igualdade.
Simone de Beauvoir ou Virginia Woolf sentir-se-iam muito preocupadas se, de alguma forma, descobrissem que em 2022, 36 e 81 anos após as suas mortes, respetivamente, as mulheres continuam a ganhar 16% menos que os homens mesmo tendo mais qualificações, continuam a sofrer de violência e a morrer às mãos dos seus maridos e namorados.
Ficariam chocadas por saber que em alguns países continuam a ser forçadas a casar, impedidas de estudar e de ir à escola, impossibilitadas de conduzir, salvo se tiverem autorizações dos seus pais ou maridos e genitalmente mutiladas, em nome de um prazer que não lhes pertence.
Ficariam certamente horrorizadas por saber a quantidades de mulheres e meninas que são violadas, que não têm posse sobre os seus corpos, a quem não lhes é dada a opção de abortar e a quem são ainda aplicados conceitos tão arcaicos como o “ponto marido”, que serve para garantir que os esposos continuam a sentir prazer após o parto, como se o corpo da mulher lhes pertencesse e fosse deles a decisão de impingir tal procedimento.
No entanto, não podemos olhar apenas para os pontos negativos, já que foram alcançadas muitas conquistas nos últimos anos.
Em Portugal, as mulheres podem abortar de forma segura, podem ir à escola e são cada vez mais aquelas que se distinguem em áreas científicas, podem praticar desporto livremente e e são muitas as que o fazem profissionalmente. Podem votar desde 1968 e são nomeadas para cargos de chefia onde se distinguem.
Enquanto que estava a pesquisar para escrever este texto, li a seguinte frase de António Guterres, num artigo do Público a propósito das implicações que pandemia trouxe às mulheres, “Em geral, quando as mulheres lideram governos, assistimos a maiores investimentos na proteção social e avanços mais significativos contra a pobreza. Quando as mulheres estão no parlamento, os países adotam políticas mais eficazes de combate às alterações climáticas. Quando as mulheres negoceiam a paz, os acordos são mais duradouros. No entanto, as mulheres representam apenas, a nível global, um quarto dos legisladores nacionais, um terço dos autarcas e apenas um quinto dos ministros. A este ritmo, a igualdade de género não será alcançada nos sistemas políticos nacionais antes de 2063. A paridade entre chefes de Estado levará mais de um século.” Não podemos ficar presos apenas àquilo que ainda não está feito, dizem muitos, desvalorizando a luta que as mulheres continuam a ter para chegar a um lugar que é seu.
É verdade que muito já se conquistou, mas não chega! Nós queremos mais, nós merecemos mais. Todos temos consciência que homens e mulheres não são iguais, existe um mundo que os separa.
No entanto, essas diferenças em nada têm a ver com eficiência das mulheres, com o seu trabalho, com a sua liderança e com a sua capacidade de executar o seu trabalho. Queremos salário iguais, queremos as mesmas oportunidades. Não queremos palmadinhas nas costas, não admitimos mansplaining, queremos o nosso lugar e nada mais, queremos porque já a conquistamos!
Fontes:
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