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Guimarães
Quinta-feira, Abril 25, 2024
Miguel Leite
Miguel Leite
Natural de Guimarães, fisioterapeuta licenciado, com mais de 10 anos de experiência profissional, tendo já tido várias experiências profissionais (meio hospitalar, clínica, ensino especial em escolas e meio desportivo/desporto de alta competição). É também pós graduado em fisiologia do exercício e fisioterapia cardiorrespiratória. Têm outras formações complementares relacionadas com a sua profissão. Faz parte dos Bombeiros Voluntários de Guimarães, pertencendo desta forma ao atual corpo ativo da corporação vimaranense.

“Às margens da Luz”

Os cuidados domiciliares são uma realidade crescente no mundo atual. Em Portugal esta prática tem vindo a aumentar, e a Fisioterapia faz parte desta realidade, juntamente com um conjunto de especialidades de saúde que visam proporcionar melhor qualidade de vida aqueles que mais precisam. Não é novidade para ninguém o isolamento geográfico do interior do nosso País, porém, podemos observar que mesmo nos grandes centros urbanos existe uma densidade populacional também ela isolada, muitas vezes não referenciada, que vive na sombra de uma agitação social para lá das suas portas. Se relacionarmos estes factos, com a necessidade de apoio permanente no âmbito dos cuidados de saúde, através de programas de reabilitação em Fisioterapia, o cenário agrava consideravelmente. Atualmente, existem já diversas empresas prestadoras de cuidados de saúde, no entanto, nem sempre ao alcance económico de todos. Relativamente à Fisioterapia, existe cada vez mais a necessidade de intervir no domicílio, independentemente das áreas de atuação. São diversos os fatores que levam a que muitas das pessoas sejam “reféns” desta “jaula dramática”, como sendo, edifícios com limitações arquitetónicas (ausência de elevador ou rampa de acesso à entrada principal) que não permitem a sua deslocação ao exterior do mesmo; distâncias longas até aos centros de saúde e demais estruturas prestadoras de cuidados de saúde (idosos que habitam em aldeias com distâncias superiores a 20km do centro da cidade); desprezo familiar; situação socioeconómica precária; estado emocional fragilizado (por variados motivos), entre outros. Por outro lado, temos a vantagem de poder facilitar uma intervenção mais cómoda para o utente por opção do mesmo ou da própria família através de: cuidados de saúde sem necessidade de ocupação do meio hospitalar; solicitação da família para realização do (s) tratamento (s), do seu ente querido, no seu habitat natural de forma a promover maior conforto para o mesmo (podendo estar representado neste item os estados terminais/paliativos de alguns pacientes) e potenciar hábitos de vida saudáveis através de protocolos informativos, atuando desta forma na prevenção. Estes dois mundos revelam que o domicílio pode representar uma necessidade iminente ou uma escolha, por parte de quem necessita de ser ajudado. Qualquer que seja a necessidade de atuação devemos criar condições para que a intervenção seja rápida, eficaz e confortável para a pessoa. É fundamental um despertar governamental e social, pois tal situação não pode ser observada com indiferença. A formalização de meios específicos que permitam a deslocação (viaturas) e respetivo tratamento (materiais para reabilitação para uma resposta inicial) por parte dos profissionais de saúde (neste caso o Fisioterapeuta), deve ser uma prioridade das entidades superiores, através do financiamento público, consoante as necessidades de intervenção de uma determinada área geográfica, previamente referenciada. A abordagem da Fisioterapia, como das restantes valências no âmbito da saúde tem que visar sempre a prioridade, que é sempre e em qualquer circunstância o ser humano, e não o estado económico e social do mesmo.

© 2019 Guimarães, agora!

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