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Guimarães
Quinta-feira, Novembro 21, 2024
Sérgio Gonçalves
Sérgio Gonçalves
Licenciado em engenharia de sistemas informáticos pela UMinho e doutorado pela Universidade de Vigo na área de sistemas inteligentes e inteligência artificial. Foi adjunto do gabinete de apoio à vereação na CM de Guimarães entre 2013/2021 com responsabilidades nas áreas do desporto, desenvolvimento económico, modernização administrativa e sistemas de informação com relevância em temáticas como as cidades inteligentes e digitalização. Presidente da ADCL, entidade que tem uma elevada contribuição para o desenvolvimento social do vale de S.Torcato e de todo o concelho de Guimarães.

A hora…

E eis que o novo ano traz consigo também novos desafios. A pandemia ainda teima em andar por cá e condicionar o dia a dia, e nós, sempre atentos e vigilantes, devemos reforçar a necessidade das nossas liberdades num equilíbrio sempre complexo entre direitos e deveres.

O desafio que temos a curto prazo, de exercemos o nosso direito de voto para as eleições legislativas, e dessa forma darmos o nosso contributo para a construção do futuro é essencial e de enorme responsabilização. Os desafios são a todo o momento enormes, mas no contexto atual parecem-me ainda maiores. Não podemos ficar na nossa zona de conforto e deixar que outros decidam por nós. A inação é um erro.

A discussão deveria e deve sempre centrar-se na discussão dos problemas e no encontrar de soluções.

Após um período de celebrações natalícias, foi possível assistir a um número considerável de debates, algo inédito na nossa democracia. Conhecemos os principais atores políticos e algumas das suas ideias e projetos para o país. Negativamente foi aparecendo na agenda a temática do pós-eleições como sendo um dos principais temas. Nada mais errado. A discussão deveria e deve sempre centrar-se na discussão dos problemas e no encontrar de soluções.

Devemos ouvir as opiniões que nos são adversas, e refletir sobre as mesmas. O entrincheirar na nossa base, não permite ver mais além e construir soluções. Ouvir é sempre um bom princípio.

Cabe a cada um fazer as suas escolhas e, de forma consciente, procurar fazer entender aos mais próximos que todos somos chamados à decisão e somos os responsáveis por aquilo que o futuro nos proporcionará.

Aliás o escritor Bertrand Russel afirmava “Nada é tão fatigante como a indecisão e nada é tão fútil”.

Não termina de todo o trabalho no dia 30 de janeiro, e no dia seguinte dá-se início a um novo ciclo. Nele se podem reforçar as ações ou idealizar novas configurações políticas. O trabalho ao nível local é também de uma enorme responsabilidade a que somos chamados. Como cidadãos, como dirigentes de instituições, como responsáveis políticos.

As ações individuais e esporádicas são algo em que devemos refletir e verificar as suas implicações futuras. Devem todos ter uma visão abrangente e otimizar os recursos. Durante estes quase dois anos de pandemia muito já conseguimos perceber. Conseguimos verificar com maior profundidade os problemas sociais que existiam, mas que agora ficaram mais visíveis, conseguimos encontrar soluções para alguns deles, mas que requerem um constante esforço.

Somente em conjunto evitamos o desgaste que o individualismo traz consigo. Focar as ações naquilo que de facto é importante, pode parecer um cliché, mas é uma receita simples.

Um excelente ponto de reflexão pode ser centrado no livro de Saramago “Ensaio sobre a cegueira”, algo que se pode aplicar a muitas situações em que diariamente observamos. Além da cegueira física, temos a cegueira ética e a constatação que o EU não vive sem o OUTRO ou sem a integração numa sociedade. Uma “estória” que nos apresenta em muitos momentos aquilo que de mais negativo o ser humano tem, mas que devemos positivamente encarar com a esperança e a certeza que é possível fazer diferente, mas, acima de tudo, fazer melhor.

Assim queiramos!

© 2022 Guimarães, agora!


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