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Quarta-feira, Junho 25, 2025

As plantas sabem matemática?

Economia

A surpresa de uma criança perante os primeiros contactos com a Natureza demonstra um deslumbramento que alguns de nós fomos perdendo ao longo do caminho. Mas estamos sempre a tempo de recuperar esse fascínio.

E se o leitor tiver curiosidade o livro ‘Do Plants Know Math?’ (ainda sem edição portuguesa) contribuirá para esse regresso. A pergunta do título liga duas aparentes realidades distintas.

Mas célebres mentes criativas, desde Charles Darwin a Alan Turing, passando por Leonardo da Vinci, foram atraídas pelos belos e sedutores padrões que ocorrem em formas botânicas tão diversas como pinhas, flores e girassóis.

A obra escrita por Stéphane Douady, Jacques Dumais e Christophe Golé está profusamente ilustrada e ainda promove exercícios práticos para o leitor observar por exemplo os famosos padrões de Fibonacci aplicados às plantas.

Leonardo Fibonacci (1170-1250)

Foi um intelectual italiano reconhecido como um dos principais matemáticos europeus da Idade Média. A sequência com o seu nome (sequência Fibonacci) consiste numa sucessão infinita de números, em que os números seguintes são obtidos por meio da soma dos seus dois antecessores. Portanto, a sequência começa da seguinte forma: 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21 e assim sucessivamente.

Muitas plantas apresentam dois conjuntos de espirais no sentido dos ponteiros do relógio e no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio e, quando contamos os seus números, é um número de Fibonacci que vai para um lado e o seguinte para o outro: 8 e 13 na pinha ou 13 e 21 na margarida africana, por exemplo.

Esta sucessão de números é uma constante, na Natureza e o livro, galardoado com um dos Prémios deste ano da ‘Associação Americana de Editores’ (Prémio PROSE), promove um olhar atento a este e outros pormenores sempre guiados pela ciência.

Assim, e em resposta à pergunta original, as plantas, obviamente, não “sabem” matemática, mas ela está presente nas flores de nossa casa, no jardim da nossa cidade e no campo das nossas aldeias.

Só precisamos de observar com atenção e estarmos despertos para o que nos rodeia. Citando Saramago: ‘Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara’.

Luís Monteiro, Médico e Comunicador de Ciência. © Direitos Reservados
© APImprensa

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